Ano 136.750 – O Despertar do Mal
Há 10.000 anos, antes dos acontecimentos marcantes da primeira guerra em Warcraft, Azeroth foi palco de uma das suas maiores e mais trágicas batalhas, a Guerra dos Antigos. Este conflito teve início com a ganância desmedida e a busca desenfreada por poder que levou à queda da sociedade elfa noturna. Liderados pela ambiciosa Rainha Azshara, os Altaneiros, uma casta de elfos privilegiados, canalizavam magias arcanas proibidas, atraindo assim a atenção de Sargeras, o titã caído e senhor da Legião Ardente, uma horda demoníaca cujo único objetivo era a destruição de toda a criação.
A sede de Azshara pelo poder absoluto e sua veneração distorcida por Sargeras permitiram a abertura de um portal gigantesco no Poço da Eternidade, o coração pulsante de magia arcana do planeta. Com este acto, as forças demoníacas começaram a invadir Azeroth, desencadeando uma devastação sem precedentes. A paisagem outrora pacífica transformou-se em um campo de batalha, onde os horrores da Legião Ardente desfilavam sua violência contra todas as formas de vida.
Alianças Inesperadas e a Resistência
Enquanto as forças de Azshara se deliciavam com o poder recém-descoberto e os elfos noturnos de alta sociedade se convertiam em aliados dos demônios, a resistência começava a se formar. Malfurion Stormrage, um jovem estudante de druidismo, junto com sua irmã Tyrande Whisperwind e seu irmão adotivo Illidan Stormrage, perceberam a gravidade do conflito e se colocaram à frente de um movimento de resistência. Essa aliança improvável foi a primeira faísca de esperança numa era dominada por trevas e desespero.
Os druidas, liderados pela sabedoria ancestral de Cenarius, e os demais elfos noturnos, que ainda mantinham sua honra e conexão com a natureza, começaram a lutar desesperadamente para deter o avanço demoníaco. À medida que a guerra se arrastava, mais seres se juntavam à luta, incluindo os ancestrais dragões liderados por Alexstrasza, a Protetora da Vida. Essas alianças entre raças e criaturas que antes viviam isoladas ou em disputas territoriais evidenciavam a singularidade e a importância do conflito que enfrentavam. Um objetivo os unia: a sobrevivência de Azeroth.
Primeira Fase da Guerra
O começo da Guerra dos Antigos foi marcado por terríveis perdas e revelações chocantes. A inundação de demônios não mostrava sinais de diminuição, e a esperança parecia um mero sussurro frente ao rugido ensurdecedor da Legião Ardente. A cada batalha ganha, muitas mais pareciam surgir, incansáveis e implacáveis. Contudo, a união forjada entre os defensores de Azeroth plantava a semente de um poder que nem mesmo a vasta legião de Sargeras poderia prever. O campo estava preparado para os próximos capítulos desta guerra infernal, onde estratégias, sacrifícios e a essência da magia arcana seriam os pilares da resistência contra a invasão sem precedentes.
A Guerra dos Antigos não só moldou a história de Azeroth, criando alianças que perdurariam através dos milênios, como também expôs as fraquezas e a corrupção que se escondiam nas sombras da ambição desmedida. Este período de provações e tribulações definiu o curso futuro do mundo, deixando cicatrizes profundas que recordariam às gerações futuras o preço da soberba e o valor da coragem frente à destruição absoluta. A resistência começou como um pequeno brilho de coragem no coração da escuridão, mas cresceu até se tornar uma força poderosa capaz de enfrentar as próprias sombras da aniquilação.
O Ascenso de Illidan e a Volta da Esperança
No coração da resistência, a figura de Illidan Stormrage começou a despontar como um elemento chave na luta contra a Legião Ardente. Sedento por poder para enfrentar os demônios em pé de igualdade, Illidan tomou uma decisão que o marcaria pelo resto de sua existência. Ele se aventurou até o Poço da Eternidade, buscando absorver sua essência mágica. Consequentemente, foi presenteado com a visão real dos horrores da Legião e, em um ato de suprema ousadia, teve seus olhos queimados por Sargeras em troca de visões arcanas, que lhe concederam o poder necessário para combater os invasores. Essa transformação drástica deixou-o com cicatrizes que iam muito além do físico, mas dotou Illidan do poder que ele tanto desejava para proteger seu mundo.
Enquanto Illidan trilhava o caminho da obscuridade em busca de poder, Malfurion, Tyrande e os demais defensores da luz mantinham a luta contra as forças crescentes da Legião. A resistência viu um sopro de esperança quando os elfos noturnos conseguiram formar uma aliança tênue com os ancestrais taurens e fúrbolgs, além do indispensável apoio dos dragões. Juntos, eles representavam uma força capaz de confrontar os números aparentemente inesgotáveis da Legião Ardente. À medida que a guerra avançava, a determinação inabalável de Malfurion e o poder emergente de Tyrande como Alta-sacerdotisa de Eluna foram indispensáveis para manter a moral das tropas diante do aparente fim inexorável.
A Batalha pelo Poço da Eternidade
A guerra atingiu seu clímax na batalha pelo Poço da Eternidade. As forças de Azeroth, agora lideradas pela audácia de Malfurion Stormrage, planejavam fechar o portal que permitia a entrada contínua de demônios em seu mundo. Entendendo que a chave para derrotar a Legião Ardente era cortar sua fonte de reforços, os aliados encabeçaram um ataque desesperado contra a fortaleza de Azshara, enfrentando não só a legião de demônios, mas também os traidores elfos noturnos alinhados com a Rainha e sua corte.
O custo desse confronto foi imenso. Na batalha final, muitos heróis caíram e o tecido da realidade se estremeceu. Illidan, agora um ser transformado e distante da humanidade de seus companheiros, demonstrou seu verdadeiro poder contra a Legião. O desfecho da batalha veio com um ato de sacrifício sem precedentes; Malfurion e seus aliados conseguiram desfazer o portal ao custo da estabilidade do Poço da Eternidade. A consequência imediata foi a implosão do poço, gerando um cataclismo que dividiu o único continente de Azeroth em vários, dando origem ao mundo conhecido pelos habitantes dos tempos atuais.
Legado da Guerra dos Antigos
A Guerra dos Antigos encerrou-se com o exílio de Sargeras e a derrota da Legião Ardente, mas as consequências desse conflito ecoariam através dos milênios. O cataclismo transformou a geografia do mundo, criou o Grande Abismo e deixou cicatrizes que se fariam sentir tanto no plano físico quanto no mágico. A sociedade elfa noturna, uma vez centralizada e poderosa sob o comando de Azshara, encontrou-se dispersa e humilde, com muitos elfos renunciando as práticas arcanas em troca de um modo de vida mais harmonioso com a natureidade.
Illidan Stormrage, marcado pela traição e pelo poder que abraçou, seria lembrado como o Traidor, um herói para alguns e vilão para outros. Malfurion e Tyrande continuaram a liderar seu povo por um caminho de equilíbrio e renovação, enquanto Azshara e seus seguidores foram consumidos pelas profundezas do oceano, emergindo mais tarde como uma nova ameaça naga. A guerra deixou uma lição corrosiva sobre o perigo da sede por poder e a corrupção que pode advir dele.
A Guerra dos Antigos foi um evento divisor de águas no universo de Warcraft, estabelecendo a narrativa de um mundo onde o bem e o mal estão em constante conflito, e onde os heróis são forjados nas adversidades mais profundas. Esse período de tristeza e coragem, de perda e esperança, iria definir Azeroth para sempre, tornando-se um lembrete eterno da capacidade da ambição desmedida de desencadear a destruição, mas também da inabalável resiliência dos seres dignos que chamam esse mundo de lar.