Era Eterna dos Elfos Noturnos
No ano de 133.00 o mundo de Azeroth foi moldado por forças ancestrais e divinas. Neste período, os Kaldorei, ou Elfos Noturnos como são amplamente conhecidos, se sobressaíram como uma das civilizações mais avançadas. Sua sociedade era profundamente conectada com a magia arcana emitida pela Nascente da Eternidade, um lago de energia mágica pura, que se acreditava ser a fonte de toda a vida no planeta. Esta energia permeava as terras, as florestas, e dava aos Kaldorei sua longa vida e poderes incomparáveis. Eles prosperaram sob a bênção desta força sem par, desenvolvendo uma civilização que era a inveja de todas as outras raças de Azeroth.
A Nascente da Eternidade não era apenas a base do poder dos Kaldorei, mas também seu maior ponto de interesse cultural e espiritual. Com o tempo, eles construíram uma sociedade intrincada e altamente estratificada ao redor da Nascente, venerando-a como um presente dos deuses antigos. Esta sociedade era liderada pela casta dos Sacerdotes de Eluna, que mediava o relacionamento entre os Kaldorei e as forças místicas que regiam o mundo. No entanto, o poder colossal da Nascente também provocou curiosidade e desejo de exploração além dos limites da sabedoria e respeito, semeando as sementes de descontentamento e cobiça que eventualmente levariam ao cataclismo.
O Surgimento da Alta Sociedade e o Delírio da Magia
Neste período de apogeu, enquanto os Kaldorei se deslumbravam com o avanço e prosperidade, começaram a se destacar indivíduos e grupos que buscavam explorar ainda mais as profundezas do poder arcana. Isso deu origem a uma elite mágica, conhecida como os Highborne (Alto-nascidos), que começaram a experimentar com a magia da Nascente de maneiras que iriam além da contemplação e reverência, mergulhando em práticas que deformavam e manipulavam a magia para fins de poder e controle. Os Alto-nascidos viam a si mesmos como os verdadeiros herdeiros da Nascente da Eternidade, destinados a moldar o mundo de acordo com sua visão.
Com o passar do tempo, essa exploração imprudente começou a ter um impacto perceptível. As manipulações dos Alto-nascidos criaram distorções e tensões no tecido da realidade, alertando os mais sábios entre os Kaldorei sobre os perigos que tais atos poderiam desencadear. A tensão entre os práticos moderados da magia e os que buscavam explorá-la sem limites crescia, antecedendo um conflito que ameaçaria despedaçar a própria essência da civilização Kaldorei e alterar o destino de Azeroth para sempre. Este foi um período de transformação e crescimento, mas também de ignorância para com as advertências da natureza sobre os limites que não deveriam ser ultrapassados, indicando a iminência de uma catástrofe de proporções inimagináveis.
A Queda dos Highborne e o Despertar de uma Ameaça
À medida que as práticas mágicas dos Highborne se tornavam cada vez mais temerárias e arrogantes, a estabilidade da Nascente da Eternidade começou a diminuir. Esta manipulação imprudente da magia não apenas corroeu o equilíbrio natural de Azeroth, mas pior ainda, atraiu a atenção de seres além do plano mortal. As vibrações da magia utilizada de forma tão descuidada acabaram por chamar a atenção da Legião Ardente, uma vasta e incontrolável força de demônios impulsionados pela destruição de mundos. A Legião, liderada pelo titã caído Sargeras, sedento por erradicar toda forma de vida, viu na Nascente da Eternidade a oportunidade perfeita para invadir Azeroth e transformá-lo em mais um dos seus inúmeros mundos conquistados.
O pico de seu abuso sobre aquele poder veio quando a rainha Azshara, governante dos Kaldorei e uma dos mais poderosos Alto-nascidos, sucumbiu às tentações de Sargeras. Deslumbrada pela promessa de poder e grandeza, ela e seus seguidores mais próximos abriram um portal dentro da Nascente da Eternidade, permitindo que a Legião Ardente começasse sua invasão catastrófica a Azeroth. Este ato de traição marcou o início de um dos mais sombrios capítulos na história do mundo, conhecido como a Guerra dos Antigos. A invasão desencadeou um conflito massivo, forçando os Kaldorei a lutar não apenas pela sua sobrevivência, mas pela de todo o planeta.
Resistência, Sacrifício e a Grande Divisão
Confrontados com a devastação trazida pela Legião Ardente, os Kaldorei perceberam que seu estilo de vida e sua dependência da magia arcana haviam levado a uma tragédia imensurável. Sob a liderança de heróis como Malfurion Stormrage, um praticante druídico sob a tutela do semideus Cenarius, e sua companheira Tyrande Whisperwind, alta sacerdotisa de Eluna, um esforço de resistência coletiva foi formado. Eles se juntaram a outras raças e seres de Azeroth para confrontar a Legião, marcando o início da luta pela retomada de seu mundo.
Nesta época de desespero e guerra, a magia desenfreada da Nascente desconstruiu a própria realidade, ameaçando destruir o mundo inteiro. Malfurion e os seus aliados, percebendo que a única forma de expulsar a Legião e salvar o mundo era fechar o portal dentro da Nascente da Eternidade, elaboraram um plano ousado. Um sacrificio necessário estava por vir, um que exigiria a destruição da Nascente para assegurar a derrota da Legião Ardente. Apesar das enormes perdas, a missão foi bem sucedida, mas resultou na Grande Divisão, um evento cataclísmico que partiu o supercontinente primordial de Azeroth em vários pedaços, criando o mundo conhecido como hoje.
Essa cisão teve impactos profundos e duradouros. A maior parte dos Highborne foi consumida pelo caos que se seguiu, muitos pereceram durante a guerra, enquanto outros foram banidos ou se exilaram, dando origem a novas linhagens élficas. A sociedade Kaldorei foi forçada a mudar radicalmente. Eles abandonaram a prática da magia arcana, adotando um caminho mais reservado e em harmonia com a natureza, sob a ideologia druídica de Malfurion. Este evento não apenas marcou o fim de uma era de esplendor e arrogância mágica para os Kaldorei, mas também uma nova era de renovação e esperança. Dali em diante, eles se comprometeram a serem os eternos guardiões de Azeroth, jurando proteger o mundo dos perigos que sua própria soberba havia uma vez desencadeado.