Ano 149.800 – O Alvorecer de Arathor e o Surgimento dos Humanos
No mosaico ricamente entrelaçado da história de Warcraft, a ascensão do império de Arathor marca um ponto de virada decisivo para a espécie humana e suas interações subsequentes com o mundo de Azeroth. Essa nação, embora agora restem apenas ruínas e lembranças de seu grande passado, foi a primeira grande manifestação do que viria a ser conhecido como a civilização humana. Após séculos de tribos nômades humanas vagueando pelas vastas planícies e florestas do continente, uma confluência de ameaças externas e avanços internos levou ao agrupamento destas tribos dispersas sob uma única bandeira. O reino de Arathor emergiu da cidade-estado de Strom, considerada a primeira capital humana, fundada nas férteis terras da região que viria a ser conhecida como as Terras Altas de Arathi.
Sob a liderança de um rei visionário, Thoradin, Arathor floresceu, estendendo seu território e influência através de avanços tanto em conhecimentos militares quanto em infraestrutura. A construção de estradas e fortalezas, junto com um exército unificado, não só consolidou o poder de Arathor mas também estabeleceu bases para o surgimento de futuras grandes cidades-estado humanas. Esse período de expansão e fortalecimento seria, entretanto, acompanhado por desafios de magnitude crescente, culminando na primeira grande prova de fogo para o emergente império: a Guerra dos Trolls.
A Sombra dos Trolls do Império Amani
Antes do surgimento de Arathor, os vastos continentes de Azeroth eram dominados por impérios trolls, dos quais o Império Amani era um dos mais poderosos e temidos. Os trolls do Amani habitavam as florestas do norte, uma área que coincidia com as fronteiras do crescente reino humano. A presença constante e ameaçadora dos trolls impedia a expansão plena de Arathor e colocava em risco as rotas de comércio e comunicação entre as diversas tribos humanas. Confrontos escaramuças se intensificaram, à medida que a proeminência e a prosperidade de Arathor atraíam a atenção e a hostilidade dos Amani.
Thoradin, reconhecendo a gravidade da ameaça troll e a impossibilidade de um confronto direto com os números e a ferocidade dos Amani, optou por uma estratégia que mudaria o curso da história: a aliança com os Altos Elfos de Quel’Thalas. Os elfos, imortais e dotados de profundos conhecimentos mágicos, também enfrentavam pressões crescentes por parte dos trolls, cujo antigo ódio nutrido contra os elfos remontava à época da fundação de Quel’Thalas sobre antigas terras sagradas trolls. Assim, uma aliança, tanto por necessidade quanto por reconhecimento mútuo de forças complementares, começou a se formar, estabelecendo a fundação para um conflito de proporções épicas que seria conhecido como a Guerra dos Trolls.
O Pacto de Sangue Entre Humanos e Elfos
A decisão de Thoradin de buscar a ajuda dos elfos não foi tomada de ânimo leve. A magia, até então, era um domínio quase exclusivo dos elfos, cercado de mistério e suspeitas entre os humanos. Contudo, a situação desesperadora exigia medidas extraordinárias. Em troca de assistência na guerra contra os trolls, Thoradin ofereceu auxílio a Quel’Thalas, além de aceitar que elfos treinassem um grupo seleto de humanos nas artes arcanas. Esse acordo, selado com um pacto de sangue, não apenas pavimentou o caminho para o eventual triunfo sobre os trolls, mas também introduziu a humanidade ao uso da magia, um legado que teria implicações profundas, tanto positivas quanto negativas, para o futuro de Azeroth.
A cooperação entre humanos e elfos deu início a uma era de prosperidade sem precedentes para Arathor e estabeleceu um precedente para futuras colaborações entre diferentes raças contra inimigos comuns. Enquanto as fronteiras de Arathor se expandiam, e os humanos começavam a se aventurar nas complexidades da magia, a sombra dos trolls do Império Amani se recolhia, dando início à marcha para um confronto histórico que redefiniria o equilíbrio de poder em Azeroth. As bases estavam lançadas para a lendária Guerra dos Trolls, uma campanha que testaria a resiliência, a coragem e a recém-descoberta união das forças de Arathor e Quel’Thalas.
A Marcha para a Guerra
À medida que as tensões cresciam e o inevitável confronto com o Império Amani se aproximava, Thoradin mobilizou o recém-formado exército de Arathor, agora reforçado não apenas pelo valor e determinação de seus soldados, mas também por uma nova força: os primeiros magos humanos, treinados pelos altos elfos nas artes arcanas. Este foi um momento de virada, um ponto em que a magia, antes uma disciplina exclusiva dos elfos, começou a se entrelaçar com o destino dos humanos, prometendo um poder imenso, mas também carregando os germes de futuros conflitos internos.
Os elfos, liderados pelo seu próprio rei, Anasterian Sunstrider, também se prepararam para o combate, unindo forças com os humanos num esforço conjunto sem precedentes. Juntos, esses aliados marcharam para as densas florestas ao norte, o território do Império Amani, onde os trolls reuniram uma hoste imensa, ansiosos por esmagar tanto os humanos quanto seus aliados elfos.
A Batalha de Alterac
As florestas que cercavam as Montanhas Alterac se transformaram no palco para uma das mais significativas batalhas da história de Azeroth: a Batalha de Alterac. Foi aqui que as forças combinadas de Arathor e Quel’Thalas enfrentaram o vasto exército troll. Os trolls Amani, sob a liderança do formidável Jintha’Alor, lançaram-se ferozmente contra os invasores, confiantes em sua superioridade numérica e na brutalidade de seus guerreiros.
No entanto, a disciplina e estratégia dos exércitos humanos, combinadas com a precisão mortal dos arqueiros elfos e o poder devastador dos magos, começaram a virar a maré contra os trolls. Pela primeira vez, as temíveis falanges de guerreiros trolls se viram confrontadas por uma força capaz não apenas de resistir a seus ataques, mas de atacar de volta com igual ferocidade.
O Poder da Magia e a Derrota dos Trolls
O elemento-chave que distinguiu esta guerra das muitas outras travadas em Azeroth foi a introdução da magia arcana no campo de batalha por parte dos humanos. Os magos humanos, embora ainda novatos nas artes arcanas se comparados aos seus mestres elfos, provaram ser aprendizes rápidos e formidáveis em seu direito. Eles lançaram feitiços poderosos que decimaram as linhas de frente trolls, causando caos e desordem nas fileiras antes impenetráveis do exército Amani.
Foi essa combinação de magia, estratégia e bravura que finalmente quebrou o poder dos trolls do Império Amani, marcando uma vitória decisiva para Arathor e seus aliados. Os trolls, derrotados e dispersos, recuaram para as sombras das suas florestas, e o império que um dia ameaçou dominar o continente se fragmentou em tribos menores, nunca mais recuperando sua antiga glória ou poder.
As Consequências e o Legado
A vitória em Alterac não apenas assegurou a sobrevivência de Arathor e Quel’Thalas, mas também moldou o futuro geopolítico de Azeroth. A guerra mostrou o poder da união entre raças diferentes contra um inimigo comum e semeou as sementes para alianças futuras. Contudo, também destacou os perigos da magia arcana, uma força poderosa mas volátil, capaz de grandes feitos e destruição terrível. Essa conscientização iniciaria um debate contínuo sobre a natureza da magia, seu uso e controle, que reverberaria através da história de Azeroth.
O Império de Arathor, embora fortalecido e expandido imediatamente após a guerra, eventualmente se fragmentaria em reinos menores, à medida que o poder se descentralizava e novas ameaças surgiam no horizonte. No entanto, o legado de Arathor, a aliança entre humanos e elfos, e a introdução da magia arcana à humanidade continuariam a influenciar os acontecimentos mundiais por milênios.
O desfecho da Guerra dos Trolls e a ascensão e eventual dissolução do império de Arathor são capítulos fundamentais na crônica de Azeroth, exemplificando tanto as incríveis proezas quanto os perigos inerentes à busca por poder e domínio. Enquanto as ruínas de Strom são cobertas pela poeira do tempo, a lembrança desses eventos serve como um lembrete eterno das complexidades, conquistas e tragédias da história de Azeroth.