O Surgimento dos Deuses Antigos e o Caos Primordial
Há cerca de 147.000 anos antes dos eventos que desencadeariam a Primeira Guerra em Warcraft, Azeroth era um planeta em estado primordial, marcado pelo caos e pela formação de seu núcleo essencial. Nesse cenário de formação planetária e energias descontroladas, surgiram entidades de grande poder e malícia: os Deuses Antigos. Criaturas de puro caos e corrupção, esses seres primordiais surgiram das fendas da realidade, ansiando por semear discórdia e dominar o mundo nascente de Azeroth. Com nomes como C’Thun, Yogg-Saron, N’Zoth e Y’Shaarj, eles começaram a espalhar a influência corruptora sobre o mundo, gerando o que seria conhecido como o Império Negro, uma era dominada pela sombra e a corrupção.
Os Deuses Antigos se aproveitaram da juventude de Azeroth, infestando sua superfície com suas aberrações e servos, criaturas conhecidas como os Aqir, entre outras monstruosidades. Suas raízes malignas penetraram profundamente, alcançando até o núcleo do planeta, onde tentaram corromper a Nascente da Eternidade – o lago de energia arcana que era a fonte de vida e magia do mundo. A presença maligna desses seres trouxe desequilíbrio, causando sofrimento à própria alma do planeta, conhecida como Azeroth.
A Chegada dos Titãs e a Ordenação de Azeroth
Foi durante esta era de sombras que os Titãs do Panteão chegaram a Azeroth. Seres de poder incalculável e guardiões da ordem no cosmo, os Titãs liderados por Aman’Thul, perceberam o potencial latente em Azeroth, assim como a grave ameaça que os Deuses Antigos representavam não só para o planeta, mas para a própria existência do universo. Eles iniciaram uma campanha de guerra celestial contra as forças corruptoras, num esforço desmedido para purificar o mundo e permitir que seu verdadeiro destino se cumprisse.
No entanto, a batalha contra os Deuses Antigos não seria simples. Cada Deus Ancião estava enraizado profundamente em Azeroth, e sua remoção ameaçava destruir o planeta inteiro. Os Titãs, então, optaram por aprisionar os Deuses Antigos, confinando-os nas profundezas de Azeroth, longe de seu núcleo vital, mas ainda dentro do planeta. Para garantir que a influência corruptora não se espalhasse novamente, os Titãs criaram uma vasta rede de complexos e vários protetores, incluindo os gigantescos Anões de Pedra e os Tol’virs, destinados a vigiar os Deuses Antigos aprisionados e seus tenentes.
A Criação dos Guardiões e a Ordenação
Após subjugar os Deuses Antigos, os Titãs voltaram sua atenção para a estrutura de Azeroth. Eles iniciaram um processo conhecido como a Ordenação, moldando as terras, purificando as águas e criando novas formas de vida para habitar o mundo. Desejando que o planeta tivesse defensores caso voltassem a enfrentar ameaças de magnitude cósmica, os Titãs concederam poderes extraordinários a certos protetores, como o Dragão Aspecto Alexstrasza, para a vida, e Neltharion, para a terra, entre outros. Estes seriam conhecidos como os Aspectos, guardiões supremos de Azeroth investidos de poder colossal para proteger o equilíbrio da criação.
Além disso, numa tentativa de garantir que o mundo fosse bem guardado, os Titãs fundaram a Ordem dos Titãs e construíram uma rede de mecanismos em Azeroth para monitorar e, se necessário, intervir nos assuntos do mundo, como a câmara de Ulduar no gelado continente de Nortúndria e a fortaleza de Uldum nos desertos do sul. Essas medidas garantiriam que, mesmo na ausência dos Titãs, Azeroth estaria protegida contra internas e externas ameaças.
Legado da Ordenação de Azeroth
O legado da chegada dos Titãs e a subsequente Ordenação de Azeroth estabeleceram os alicerces para um mundo que, embora ainda sujeito a grandes tumultos e conflitos, possuiu a forçade se recuperar e se defender contra as influências corruptoras. A prisão dos Deuses Antigos e a criação dos Aspectos e protetores garantiram um equilíbrio tênue, mas vital, que perdura até os eventos conhecidos dos dias atuais em Warcraft.
A história dos Deuses Antigos e a Ordenação de Azeroth são fundamentais para compreender os vastos ciclos de conflito e renovação que marcaram o mundo de Warcraft, moldando não apenas a geografia e os povos de Azeroth, mas também as linhas de batalha que se formariam por todo o cosmo. Esses eventos primordiais deixaram cicatrizes e lições que continuam a influenciar os destinos de heróis e vilões, sussurrando os ecos de um passado possivelmente esquecido, mas cujo impacto ressoa perpetuamente no presente.
A Rebelião dos Elementais e o Surgimento das Raças Mortais
Após a ordenação de Azeroth pelos Titãs, o planeta começou a se estabilizar, mas não sem suas próprias formas de conflito. Os Deuses Antigos, ainda que aprisionados, conseguiram exercer certa influência através de seus tenentes e através da corrupção sutil da terra. Uma das consequências imediatas dessa influência remanescente foi a inquietação e rebelião dos elementais, seres primordiais que personificavam os poderes dos elementos de fogo, água, ar e terra. Esses elementais, outrora pacíficos sob a orientação dos Titãs, tornaram-se violentos e caóticos, refletindo a perturbação causada pela presença dos Deuses Antigos.
Para restaurar a ordem, os Titãs decidiram aprisionar os líderes elementais mais rebeldes em um plano de existência à parte, conhecido como o Plano Elemental. Ragnaros, o Senhor do Fogo; Neptulon, o Atiçador de Marés; Al’Akir, o Senhor dos Ventos; e Therazane, a Mãe Terra, entre outros, foram confinados, limitando assim sua capacidade de causar destruição em Azeroth. Este ato desencadeou um período de relativa paz, permitindo que a vida florescesse em várias formas, incluindo o surgimento de raças mortais que viriam a desempenhar papéis significativos na história do mundo.
A Criação dos Primeiros Protetores Mortais
Os Titãs, na sua missão contínua de salvaguardar Azeroth, criaram os primeiros protetores mortais, que seriam conhecidos como os forjados pelos Titãs, entre eles os Vigiões e os Anões de Pedra. Essas raças, criadas a partir do próprio coração de Azeroth, foram designadas para proteger o mundo contra ameaças internas e externas, incluindo a sutil influência remanescente dos Deuses Antigos. Eles também foram encarregados de preservar e manter as estruturas e mecanismos deixados pelos Titãs, garantindo a continuidade da missão dos seus criadores.
Com o tempo, essas raças forjadas pelos Titãs começariam a evoluir de formas que nem os próprios Titãs esperavam. Os Anões de Pedra, por exemplo, eventualmente se transformariam nos anões conhecidos em Azeroth, enquanto outras raças protetoras também evoluiriam, desenvolvendo culturas próprias e histórias ricas que se entrelaçariam com o destino do mundo.