Ano 131.000 – A Origem do Conflito: De Titanforged a Anões
Muito antes da época dos humanos, elfos e outras raças que viriam a dominar o continente de Azeroth, o mundo pertencia a seres de pedra e metal, criados pelos poderosos Titãs para ajudar na ordenação do planeta. Entre essas magníficas criaturas, os Anões de Ferro e os Anões Terranos emergiram como duas das mais notáveis, ambas originárias dos Titanforged, mas diferenciadas por suas formas e propósitos.
Os Anões de Ferro foram forjados pelos Titãs para serem mestres construtores e artesãos, suas formas de metal reluzente refletindo a perfeição da ordem que seus criadores desejavam instaurar em Azeroth. Incansáveis e precisos, eles construíram cidades gigantescas e máquinas complexas, obedecendo aos desígnios dos Titãs sem questionar. As suas cidades eram fortalezas impenetráveis, esculpidas nas profundezas da terra, onde labutavam para cumprir sua missão eterna.
Os Anões Terranos, por sua vez, surgiram da influência da Maldição da Carne, uma arma virulenta criada pelos Deuses Antigos para enfraquecer os servos dos Titãs. Essa maldição transformou parte dos Anões de Ferro, amolecendo seus corpos metalizados em forma de carne, osso e sangue. Apesar de sua origem como uma doença, a transformação concedeu aos Anões Terranos a dádiva da vida orgânica, com a capacidade de sentir, adaptar-se e, principalmente, crescer de formas que seus predecessores metálicos não poderiam.
O Estopim da Guerra
Apesar das diferenças, Anões de Ferro e Anões Terranos mantiveram uma coexistência pacífica por eras, ambos seguindo as diretrizes deixadas pelos Titãs antes de sua partida de Azeroth. No entanto, as tensões começaram a surgir à medida que os Anões Terranos abraçavam cada vez mais sua nova natureza orgânica, desenvolvendo culturas, tradições e objetivos próprios, que muitas vezes desviavam-se do rigído código titanforged que os Anões de Ferro ainda seguiam fielmente.
A faísca que acendeu o fogo do conflito foi um desacordo sobre Ulduar, uma das maiores cidades titanforged encravadas nas montanhas geladas do norte. Os Anões de Ferro viam a cidade como um santuário sagrado de seus criadores, um centro de conhecimento e poder que deveria permanecer intocado e preservado em sua forma original. Os Anões Terranos, contudo, desejavam explorar Ulduar, convencidos de que os segredos e artefatos dentro da cidade poderiam ajudá-los a compreender melhor sua própria existência e, eventualmente, proteger Azeroth contra ameaças futuras.
O impasse sobre Ulduar escalou rapidamente para um conflito aberto. Incapazes de chegar a um acordo e motivados por medos e suspeitas mútuas, ambas as facções prepararam-se para a guerra. Os Anões de Ferro mobilizaram suas imensas máquinas de guerra, enquanto os Anões Terranos convocaram seus guerreiros mais valentes, muitos dos quais haviam adaptado e aprimorado as técnicas de combate herdadas de sua linhagem titanforged para suportar a sua nova realidade orgânica.
Assim começou a Primeira Guerra entre Anões de Ferro e Anões Terranos, um conflito que marcaria um ponto de virada na história de Azeroth. Não era apenas uma luta pelo controle de uma antiga cidade titanforged, mas uma batalha pela identidade, pelo futuro e pelo próprio conceito de vida no planeta. A terra sob as montanhas tremia com o embate de forças tão antigas, e as consequências desta guerra reverberariam por milênios, moldando o destino não só dos Anões, mas de todas as raças que viriam a surgir em Azeroth.
As Batalhas Pelo Domínio de Ulduar
À medida que a guerra se intensificava, Ulduar tornou-se o epicentro do conflito. Com suas muralhas impenetráveis e profundezas repletas de artefatos titanicos, a cidade estava repleta de poderes que podiam mudar o curso da guerra a favor de quem os controlasse. Os Anões de Ferro, com sua tecnologia avançada e conhecimento profundo dos trabalhos e mecanismos deixados pelos Titãs, lançavam assaltos meticulosamente planejados para repelir os Terranos. Utilizando construtos titanforged e máquinas de guerra que podiam causar terremotos, eles defendiam Ulduar com uma determinação inabalável, vendo-se como os verdadeiros herdeiros e guardiões do legado dos Titãs.
Por outro lado, os Anões Terranos, embora menos familiarizados com as tecnologias titanicas, usavam sua adaptabilidade, engenhosidade e o recém-descoberto poder da magia da terra para enfrentar seus irmãos metálicos. Guerreiros valentes e feiticeiros com domínio sobre o poder da terra lutavam com afinco, suas estratégias menos rígidas e mais imprevisíveis tornando-se uma vantagem considerável. Enquanto os Anões de Ferro confiavam na força bruta e na rigidez de suas estratégias, os Terranos aproveitavam o terreno, usando as montanhas e cavernas ao seu redor para emboscadas e ataques surpresa.
A Virada na Guerra
À medida que o conflito progredia, ficou evidente que a vitória não seria alcançada apenas pela força das armas. Ambos os lados começaram a buscar vantagens que poderiam virar a maré a seu favor. Em um ponto crítico da guerra, os Anões Terranos fizeram uma descoberta revolucionária que mudaria para sempre o panorama do conflito.
Dentro de uma câmara secreta sob as raízes de Ulduar, sábios Anões Terranos descobriram o que parecia ser um antigo repositório de conhecimento dos Titãs, contendo informações detalhadas sobre a origem da Maldição da Carne. Lá, eles aprenderam não apenas sobre sua própria criação e transformação, mas também desvendaram segredos sobre as fraquezas inerentes dos seres puramente titanforged, incluindo os Anões de Ferro.
Armados com este novo conhecimento, os Anões Terranos foram capazes de desenvolver armas e estratégias específicas contra seus adversários metálicos. Eles conceberam formas de magia que podiam corroer metal, enferrujar engrenagens e, mais importante, desestabilizar os autômatos titanforged que os Anões de Ferro usavam como suas principais forças de combate. Este avanço nivelou significativamente o campo de batalha e colocou os Anões de Ferro em uma posição defensiva pela primeira vez na guerra.
A Queda de Ulduar e o Legado do Conflito
A guerra entre Anões de Ferro e Anões Terranos culminou em uma batalha final épica pelas portas de Ulduar. Enquanto os Anões de Ferro lutavam desesperadamente para defender o que acreditavam ser o último bastião do legado dos Titãs, os Anões Terranos, empoderados por sua nova magia e pelo desejo ardente de afirmar sua identidade e liberdade, lançaram um ataque total.
Na aurora de um dia que ficaria gravado na história de Azeroth, os Anões Terranos prevaleceram, quebrando as linhas defensivas dos Anões de Ferro e tomando Ulduar. A captura da cidade não significou sua destruição; em vez disso, ela marcou o início de uma nova era de exploração e compreensão do legado dos Titãs em Azeroth. Com Ulduar sob seu controle, os Anões Terranos dedicaram-se a estudar os segredos titânicos, buscando maneiras de proteger seu mundo das ameaças antigas e emergentes.
A Primeira Guerra entre Anões de Ferro e Anões Terranos deixou um legado duradouro que iria definir a trajetória de todas as futuras raças titanforged e as relações entre elas. O conflito inspirou uma reflexão mais profunda sobre a natureza da vida, a importância da adaptabilidade e o valor da identidade autoconquistada. Nos milênios que se seguiram, à medida que novas raças, reinos e conflitos emergiam, a história da guerra entre os irmãos de pedra e metal permaneceu como um testemunho do eterno embate entre ordem e caos, tradição e inovação, destino e livre arbítrio.