Ano 125.00 – O Alvorecer da Corrupção
No panorama cósmico que abriga a rica tapeçaria do universo de Warcraft, a história de Sargeras e sua chegada a Argus é um dos momentos mais cruciais, ressoando através das eras e moldando os eventos que viriam a definir a face de Azeroth e dos reinos além. Antes de sua infame descida à loucura, Sargeras foi um dos mais poderosos e respeitados Titãs, uma entidade cósmica destinada a moldar mundos e combater os insondáveis terrores que se escondiam nas sombras do cosmos. Incumbido de defender a criação contra a perdição eterna, Sargeras deparou-se com uma verdade sombria: uma interminável legião de demônios conhecida como a Legião Ardente, dedicada ao caos e à destruição universal.
Sargeras foi confrontado com o mal inimaginável durante suas missões, descobrindo uma conspiração das entidades caóticas do Vazio abissal que visavam corromper os próprios mundos que os titãs trabalharam tão arduamente para proteger. Em particular, foram as criações abomináveis dos deuses antigos, seres de poder incalculável e malignidade pura, que semearam as sementes da dúvida e do desespero no coração de Sargeras. A perspectiva de que toda a criação poderia um dia cair sob a sombra do caos o levou a uma decisão catastrófica: a de que para proteger o universo, toda a vida teria que ser erradicada e iniciada novamente do zero.
A Queda e a Visão
Convencido de que não havia outro caminho, Sargeras renunciou seu lugar entre os Panteões e começou sua cruzada de destruição, libertando e recrutando incontáveis demônios para formar a Legião Ardente, tornando-se assim o traidor definitivo em face dos seus irmãos titãs. Seu primeiro ato de guerra contra a ordem estabelecida foi a destruição do mundo dos naaru, seres de pura luz que se opunham à escuridão total que Sargeras agora representava. Com esse acto, ele enviou uma mensagem clara ao cosmos: sua vontade era inquebrantável e sua cruzada, inevitável.
Foi nesse cenário de caos e desolação que o planeta Argus, mundo natal dos eredar, uma raça de seres altamente inteligentes e poderosos, entrou na mira de Sargeras. Ele viu nos eredar o potencial para se tornarem peças fundamentais em seu exército infernal. Com suas habilidades mágicas incomparáveis e predisposição para o domínio da arcana, os eredar representavam a chance de Sargeras fortalecer significativamente suas forças. Assim, com a promessa de poder e domínio universais, Sargeras se aproximou dos três líderes eredar: Kil’jaeden, Archimonde e Velen, apresentando a eles uma oferta que deflagraria um cataclismo por toda a eternidade.
A Divisão de Argus
A proposta de Sargeras dividiu profundamente os eredar. Kil’jaeden e Archimonde, seduzidos pela promessa de poder, prontamente aceitaram aliar-se a Sargeras, tornando-se seus tenentes mais confiáveis na Legião Ardente. Essa aliança marcou a corrupção deles e de grande parte dos eredar, que foram transformados em demoníacos e gananciosos seres, distantes da nobreza de seu passado. Velen, entretanto, percebeu a verdadeira natureza destrutiva das promessas de Sargeras e, com a ajuda dos Naaru – seres de pura Luz que ele encontrou durante sua busca por respostas -, conseguiu fugir de Argus com um grupo de seguidores, os draeneis, que significa “os exilados” na língua eredar.
A fuga de Velen e dos draeneis deixou uma cicatriz no planeta Argus, transformando-a no coração pulsante da Legião Ardente. Sob a liderança de Archimonde e Kil’jaeden, Argus foi totalmente subjugada pela influência corruptora de Sargeras, tornando-a uma fortaleza demoníaca e um porto seguro para as forças da Legião. Uma vez um mundo de beleza incomparável e lar de uma civilização próspera, Argus agora refletia apenas a visão torcida de ordem que Sargeras tinha para o cosmos: uma visão molhada em sangue, cinzas e o lamento dos incontáveis inimigos da Legião.
A chegada de Sargeras a Argus não foi apenas o início da queda dos eredar, mas também um preságio sombrio para todo o universo. Desdobrando-se a partir daquele momento histórico, a saga de lutas, sacrifícios e a interminável busca por esperança contra a escuridão que se seguiu definiria os contornos de uma guerra eterna, com eco através das estrelas e na alma de Azeroth mesmo.
O Despertar dos Draeneis e a Inevitável Guerra
Com a fuga de Velen e dos seguidores que se tornaram conhecidos como draeneis, uma nova fase da resistência contra a Legião Ardente começou. Esses exilados carregaram consigo a pesada tarefa de sobreviver contra as implacáveis perseguições da Legião e manter viva a chama da esperança, não apenas por sua própria raça, mas para todos aqueles que viriam a enfrentar a ameaça de Sargeras e seus demônios. O êxodo dos draeneis através do cosmos foi marcado por batalhas, sacrifícios e a incessante sombra da Legião, sempre à espreita, um lembrete constante do inimigo implacável criado por sua própria gente.
Velen, sustentando sua fé na Luz e guiado pela visão dos Naaru, conduziu seu povo a inúmeros mundos, cada parada, um capítulo de luta e aprendizado, construindo lentamente o fundamento da resistência que um dia se ergueria contra a Legião Ardente. Mesmo enfrentando adversidades inimagináveis, os draeneis conseguiram forjar alianças, compreender novas magias e tecer estratégias que utilizariam em batalhas futuras. Essas experiências, embora forjadas no calor da guerra e perseguição, contribuíram para o crescimento e evolução dos draeneis, tanto em poder quanto em sabedoria.
Argus: O Bastião Demoníaco
Enquanto isso, em Argus, a transformação do planeta seguia em um ritmo frenético. O outrora exuberante mundo dos eredar agora era uma extensão da própria Legião Ardente, um símbolo de poder e terror que atravessava o cosmos. A paisagem de Argus foi irreversivelmente alterada, seus céus tingidos com a sombra da Legião, seus solos marcados com o sangue e cinzas dos mundos caídos. Archimonde e Kil’jaeden, os novos comandantes da Legião sob a égide de Sargeras, estabeleceram Argus como o centro de comando, onde exércitos de demônios eram forjados para a guerra eterna contra a ordem do universo.
A partir desse bastião de escuridão, Sargeras e seus tenentes lançavam suas campanhas de destruição, almejando extinguir toda a criação em nome de uma nova ordem purgada do caos e da corrupção. A Legião Ardente se tornou uma ameaça omnisciente, uma sombra que pairava sobre os mundos, pronta para desferir o golpe final a qualquer momento. Contra essa maré escura, Velen e os draeneis representavam uma faísca de resistência, um lembrete de que nem todo esperança estava perdida.
O Confronto com o Destino
Enquanto a Legião Ardente avançava, destruindo planetas e civilizações, os draeneis continuavam a evadir-se, procurando refúgio e força, sempre com a Legião em seus calcanhares. Cada fuga e cada batalha os preparavam para o que muitos acreditavam ser um confronto inevitável. Sob a liderança de Velen, eles buscavam uma forma de virar o jogo, de trazer a luta até a Legião e acabar com a ameaça de uma vez por todas. Esta incessante guerra de guerrilhas espacial moldou o caráter dos draeneis, tornando-os não apenas sobreviventes, mas guerreiros versados nos caminhos do combate contra a escuridão.
O caminho até a redenção de Argus e a eventual queda da Legião Ardente foi longo e permeado de desafios. Muitas batalhas foram travadas, incontáveis vidas foram perdidas, e o custo da liberdade foi imensurável. Mas entre as sombras da desesperança, os draeneis, guiados por Velen e fortalecidos pelos laços formados com aliados inesperados, nunca deixaram de acreditar que a luz prevaleceria sobre a escuridão.
A Jornada Continua
A chegada de Sargeras a Argus marcou o início de um capítulo escuro na história do cosmos, mas também acendeu uma chama de resistência que nunca se extinguiria. A batalha entre a Luz e a sombra, a ordem e o caos, é um tema recorrente na saga de Warcraft, um lembrete de que mesmo nas horas mais sombrias, a esperança persiste. O legado de Argus e a luta contínua dos draeneis como guardiões da Luz contra a Legião Ardente continuam a inspirar novos heróis a se levantarem em defesa de Azeroth e além, defendendo o universo contra os incontáveis perigos que ainda espreitam nas sombras, aguardando sua hora de emergir.