Do ano 0 ao 85.000 – Sargeras e o Surgimento da Legião Ardente
A história de Azeroth é marcada por inúmeros eventos de grande magnitude, mas poucos têm consequências tão duradouras quanto a traição de Sargeras e o surgimento da Legião Ardente. A origem deste capítulo sombrio remonta a tempos anteriores à formação de Azeroth, em uma era em que os Titãs do Panteão percorriam o cosmo, trazendo ordem aos mundos e combatendo as forças do caos que ameaçavam desfazer o tecido da realidade. Sargeras, um dos mais poderosos e nobres Titãs, era o defensor principal contra estas abominações primordiais, enfrentando incontáveis horrores em nome da missão dos Titãs.
Contudo, com o passar das eras, Sargeras começou a questionar a missão dos Titãs e sua própria capacidade de manter a ordem no universo. A revelação dos Deuses Antigos e da corrupção que espalhavam pelos mundos nos quais habitavam, incluindo seu potencial para desencadear o assombroso poder do Caos primordial conhecido como o Vazio, levou Sargeras a uma profunda desilusão. Ele chegou à conclusão de que para purgar verdadeiramente o universo do mal era necessário desfazer toda a criação. Seu ideal de ordem absoluta transformou-se numa visão distorcida, na qual a aniquilação total parecia ser a única solução definitiva.
Diante de seus irmãos do Panteão, Sargeras expressou suas crescentes dúvidas sobre a eficácia de sua missão, apenas para encontrar oposição e incompreensão. Sentindo-se isolado e convencido de que os Titãs estavam cegos para a verdadeira natureza da ameaça que enfrentavam, Sargeras abandonou o Panteão. Em seu exílio auto-imposto, ele decidiu que iria recriar o universo, purificado das imperfeições que, em sua visão, só poderiam ser alcançadas através da destruição completa.
Dando início ao seu plano, Sargeras libertou os inúmeros demônios que havia aprisionado, unindo-os sob sua bandeira. Esta vasta horda de criaturas caóticas, sedentas por destruição e poder, foi chamada de Legião Ardente. Com este exército infernal a seu comando, Sargeras iniciou sua cruzada de aniquilação, queimando mundos após mundos em sua busca pela purificação final do cosmo. Essa decisão marcaria Sargeras como o maior traidor entre os Titãs e o inimigo mais formidável que a criação alguma vez enfrentou.
A Primeira Guerra dos Titãs e as Consequências
O Panteão, abalado pela traição de Sargeras, rapidamente percebeu a magnitude da ameaça que ele representava. Unindo-se, os Titãs enfrentaram Sargeras e sua Legião Ardente naquilo que seria conhecida como a Primeira Guerra dos Titãs, um conflito de proporções cósmicas que reverberaria através do tempo e espaço. Embora os detalhes desse confronto épico sejam envoltos em mistério, é sabido que ele resultou na dispersão do Panteão e na continuação da missão de Sargeras de encontrar e destruir o potencial de corrupção antes que pudesse desencadear o caos absoluto.
A criação da Legião Ardente e a traição de Sargeras tiveram sérias repercussões por todo o cosmo, incluindo em Azeroth. A presença da Legião, com seu vasto número de demônios e entidades caóticas, trouxe uma nova dimensão de perigo ao universo, ameaçando não apenas a estabilidade dos mundos que os Titãs tinham ordenado, mas também a própria essência da vida. O legado dessa traição seria sentido em inúmeras formas, desencadeando eventos que eventualmente culminariam na Guerra dos Antigos e na persistente ameaça da Legião Ardente ao longo das eras.
Legado e Impacto no Universo de Warcraft
A traição de Sargeras e a formação da Legião Ardente são fundamentais para entender a complexidade do universo de Warcraft. A existência da Legião Ardente é uma constante ameaça que paira sobre Azeroth e outros mundos, uma lembraça sombria do preço da ambição e do perigo da corrupção. Sargeras, como o arquiteto dessa força destrutiva, permanece um dos vilões mais complexos e influentes na mitologia de Warcraft, cujas ações continuam a desafiar heróis e definir destinos.
Esse capítulo da história oferece não apenas um contexto para os conflitos subsequentes em Azeroth, mas também serve de reflexão sobre os temas de poder, corrupção, e a eterna luta entre a ordem e o caos. A traição de Sargeras é um lembrete dos desafios constantes enfrentados por aqueles que buscam proteger o universo de Warcraft, marcando profundamente a narrativa desse mundo e estabelecendo o cenário para as épicas batalhas que se seguiriam.
A Incansável Busca de Sargeras e o Encontro com os Eredar
Após a Primeira Guerra dos Titãs e a traumática cisão do Panteão, Sargeras continuou sua cruzada caótica pelo cosmo, buscando impedir a propagação da corrupção dos Deuses Antigos e a influência do Vazio. Foi durante essa busca implacável que Sargeras encontrou os eredar, uma raça de seres altamente inteligentes e habilidosos no uso da magia. Liderados por três poderosos magos — Kil’jaeden, Archimonde e Velen — os eredar despertaram o interesse de Sargeras, que os viu como potenciais aliados em sua cruzada de purificação cósmica.
Sargeras se aproximou dos eredar com uma oferta: poder imensurável e posições de comando na Legião Ardente, em troca de sua lealdade e auxílio em sua missão. Kil’jaeden e Archimonde rapidamente aceitaram a proposta, atraídos pela promessa de poder. Velen, no entanto, teve visões concedidas pelos naaru — seres de luz pura — sobre o verdadeiro destino dos eredar sob o comando de Sargeras: uma eternidade de guerra e destruição que consumiria inumeráveis mundos. Com a assistência dos naaru, Velen e um grupo de seguidores que se recusaram a se aliar a Sargeras, agora conhecidos como draenei, ou “exilados” em sua língua, fugiram em uma nave dimensional, iniciando sua longa odisseia pelo cosmos para fugir da ira de Sargeras e de seus novos servos eredar.
A Dispersão dos Titãs e o Nascimento da Legião Ardente
Enquanto isso, com a adição dos eredars e de outras raças corrompidas ao seu exército, a Legião Ardente tornou-se uma força implacável de destruição. Sargeras, com seu poder ampliado pela lealdade de seus novos tenentes, continuou sua busca por mundos para purificar. Esta nova forma da Legião Ardente era uma amálgama de terror e poder, composta de demônios de todo o tipo, unidos sob a bandeira de Sargeras em uma cruzada contra o que eles viam como a corrupção final do universo.
O Panteão, entretanto, já não era capaz de se opor diretamente a Sargeras e sua Legião. Após a primeira guerra contra os Deuses Antigos e a traição de Sargeras, os Titãs estavam dispersos pelo cosmo, concentrando-se em seus próprios projetos e na ordem de outros mundos. Isso deixou Azeroth, ainda jovem e vulnerável, à mercê das forças que Sargeras eventualmente viria a descobrir e cobiçar.
A Vulnerabilidade de Azeroth e o Despertar dos Guardiões
A importância de Azeroth no cosmico panorama de Warcraft não pode ser subestimada. Além de ser lar da Nascente da Eternidade, uma fonte poderosíssima de magia arcana, Azeroth abrigava também um segredo que a maioria de seus habitantes desconhecia: era um Titã nascente, um ser de poder incalculável que, se permitido amadurecer, tornar-se-ia um dos maiores aliados na luta contra a escuridão que ameaça o universo.
Sensíveis à ameaça crescente que a Legião Ardente representava, e prevendo um futuro no qual Sargeras viria a cobiçar Azeroth, os guardiões titânicos restantes no planeta começaram a se mobilizar. Criaturas poderosas, como os dragões Aspectos, foram encarregadas de proteger a terra, o céu, os mares e até o mundo dos sonhos. Os Antigos, seres poderosos que haviam auxiliado na ordenação de Azeroth, também se preparavam, cada um à sua maneira, para defender o mundo.
E assim, mesmo na ausência física dos Titãs, Azeroth não estava desprotegida. Os guardiões titânicos, os Aspectos dragões, e até mesmo as raças mortais que começavam a aflorar e a se desenvolver tinham um papel a desempenhar na defesa deste mundo. Este período de preparação e fortalecimento foi essencial, pois quando a sombra da Legião finalmente se voltou para Azeroth, o planeta precisaria de toda a ajuda disponível para resistir à tempestade que se aproximava.
Preparação para a Confrontação Eterna
Enquanto Sargeras e sua Legião Ardente preparavam-se para a inevitável descoberta de Azeroth, o planeta fortalecia suas próprias defesas. Cada entidade, cada raça consciente, cada espírito da natureza pressentia, à sua maneira, a iminência de uma guerra que não se assemelhava a nenhuma outra já travada em sua superfície. Embora muitas dessas raças e seres ainda não compreendessem plenamente a magnitude do que estava por vir, seus instintos os guiavam para proteger seu lar.
A traição de Sargeras e a ascensão da Legião Ardente configuraram o cenário para conflitos de escala cósmica que reverberariam por milênios. Enquanto a Legião crescia em força e malícia, Azeroth reunia seus próprios campeões, cada um carregando a chama de resistência contra as sombras que se aproximavam. A história de Warcraft é tão rica pelo fato de que, em seu cerne, encontra-se uma eterna luta por esperança, liberdade e o futuro de todos os mundos sob a sombra ameaçadora da Legião Ardente.