A Conjuração nas Sombras: Ner’zhul e o Portal Negro
Oito anos se passaram desde que os portões do inferno foram cerrados pela primeira vez, naquela luta titânica conhecida como a Primeira Guerra. Entretanto, nas terras desfiguradas de Draenor, fervilhavam murmúrios de uma tempestade antiga que ressurgia. No coração desse tumulto estava Ner’zhul, o venerável, mas agora marcado xamã orc, que não podia ignorar a voz sussurrante dos espíritos, clamando por ação e redenção.
Draenor, uma vez lar viçoso dos orcs, tornara-se um mundo fragmentado, lutando contra os efeitos corrosivos da magia vil. Sob o céu esturricado, clãs dispersos se agarravam a promessas do passado, enquanto Ner’zhul maquinava um plano para reparar seus erros e atingir segurança para o seu povo. Ele nutria um desejo insaciável de restaurar a glória da Horda sem a sombra avassaladora dos demônios que uma vez trouxe desgraça sobre eles.
No íntimo de sua desesperança, surgia uma ideia ambiciosa – reabrir o Portal Negro, aquele mesmo arcano que, durante a Primeira Guerra, permitiu à Horda invadir Azeroth. Mas a visão de Ner’zhul não era puramente bélica; ela era um meio de sobrevivência e uma janela para realidades além dos limites de Draenor, com a promessa de mundos desconhecidos onde seu povo pudesse fins oásis para a sua sobrevivência contínua.
Vozes Antigas e Pilares do Destino
Para realizar esse feito monumental, Ner’zhul precisava mais do que simples comando e capacidades mágicas. Ele necessitava de artefatos poderosos que pudessem estabilizar as energias voláteis necessárias para reativar o Portal Negro. Esses artefatos, por coincidência ou destino, estavam escondidos em Azeroth, onde ele uma vez enviou sua Horda devastar as terras humanas.
Consequentemente, Ner’zhul concebeu um plano para reunir os Artefatos de Poder — especificamente, o Cajado de Sargeras, o Olho de Dalaran e o Livro de Medivh — que seriam essenciais para seu plano. Usando sua influência sobre as mentes da Horda em Draenor, assim como de membros renegados de clãs, ele pôs em marcha um projeto para infiltrar as linhas de Azeroth e furtar os talismãs de suas fortalezas bem guardadas.
Ao mesmo tempo, os ecos de sua decisão revoavam nas elucubrações dos xamãs que comungavam com as próprias forças elementais de Draenor. Lá, nos conselhos das sombras, os debates fervilhavam. Junto ao ansejo por novos começos, havia o temor legítimo das eventuais repercussões de tal em prende o poder cósmico antes confinado — um poder potencialmente acossado por ruína e intriga.
Conforme as fileiras eram formadas e os colaboradores eram recrutados, Ner’zhul sabia que o tempo corria contra eles. Soldados foram instruídos, rotas foi calculadas, e as energias indiscretas dos experimentos começavam a bruxulear em ritmos frenéticos. Era imperativo que cada movimento fosse meticulosamente organizado e executado com precisão: qualquer falha poderia não apenas frustrar seu intento, mas condenar tanto a Horda quanto Draenor a um destino ainda mais tenebroso.
A Caminho do Outro Lado
No transcorrer de cada plano traçado, no seio dos progenitores da nova Horda: guerreiros, estrategistas e xamãs elevaram seu fervor sacro às encruzilhadas, aguardando a ordem inevitável que trazia o sacrifício em meio aos presságios reveladores do destino. Cada clã assumiu compromissos profundos, onde a promessa dos campos férteis e novos domínios resplandecia como um fogo brando nas esperanças das massas.
Draenor, cujos estepes e montanhas ressoavam os chamados de anciãos mortos, seria não apenas o palco mas o trampolim para a possiblidade de reabrir o Portal. Nas sombras do encadeamento político que se urdia, ele ergueu tanto um baluarte quanto uma promessa: que seus filhos, nascidos sob os ventos açoitantes e o solo estéril, logo galgariam a própria jornada para um lugar onde glória e renovação os aguardava no crepúsculo das estrelas almejadas.
Com o dia do ritual se avizinhando-se no horizonte, Ner’zhul e seus seguidores enfrentavam as perguntas mais verdadeiras de seu oficio: poderia ele encadear a cadeia faultosa de portais que nutria tanto a luz quanto as trevas? E teria ele a força para abrir o Portal Negro uma vez mais, para catalisar a reconfiguração do destino que seu povo ansiava?
Através das dúvidas e esperanças incandescentes, uma coisa era certa: sua missão não só remodelaria o futuro dos que o seguiram, mas também alteraria para sempre o destino das terras suntuosas, além das fronteiras, onde novos desafios, recompensas e rivalidades floresciam.

O Roubo dos Artefatos
Com a reabertura do Portal Negro em mente, Ner’zhul ordenou uma série de ousadas incursões em Azeroth. O objetivo era claro: adquirir os artefatos necessários para realizar o poderoso feitiço que abriria novamente o portal. Esses artefatos místicos, guardados pelas forças da Aliança, incluíam o Cajado de Sargeras, o Olho de Dalaran e o Livro de Medivh — cada um mais protegido que o último, imerso nas cidades e fortalezas mais vigilantes dos reinos humanos.
Para obter tais troféus, Ner’zhul enviou seus mais astutos batedores e guerreiros, indivíduos que conheciam as artes da espionagem e do combate clandestino. Estes destacamentos infiltraram-se silenciosamente em Azeroth, utilizando passagens secretas e mantos sociais que traíam o fervor de antigos tempos. Sob a liderança de figuras como Teron’gor, um mestre da necromancia e ex-general, a missão demandava precisão, paciência e uma disposição para ultrapassar os maiores guardiões da humanidade.
O Olho de Dalaran, guardado no alto da mística cidade dos magos, exigiu manobras engenhosas. Os agentes orcs se aliaram a trolls astuciosos, desviando recursos e atenção dos magos responsáveis pela segurança do artefato. No entanto, roubou-se mais que o Olho — absorveu-se conhecimento direto do funcionamento interno da magia arcanista.
O roubo do Livro de Medivh apresentou seus próprios riscos em razão do poder bruto protegido dentro de suas páginas, remanescentes do guardião corrompido Medivh. Para contornar as defesas de Ventobravo, casa do livro, um ataque diversificado foi necessário. Decifrando selos e entrando profundamente nos bastiões humanos, os ladrões arriscaram tanto sua segurança quanto sua sanidade mental, pois confrontar a essência de Medivh era também tocar nas profundezas de sua loucura ancestral.
O Convite ao Destino
Com os artefatos assegurados, Ner’zhul e seus seguidores retornaram à recôndita Draenor, onde os preparativos para o ritual final entraram em curso frenético. Cada objeto roubado simbolizava um fragmento do poder necessário para abrir os portais, um zênite necessário que conjugaria passado e futuro em um só feixe de energia arcana, atravessando o cosmológico véu que os separava dos inúmeros mundos além das estrelas.
Enquanto isso, a atmosfera de perturbação e pré-temeridade dominava as costuradas linhas da Horda. As tensões crescentes devido às jornadas perigosas não eram apenas suportes exteriores da trama — ao vir à tona, despertavam tanto desconfianças internas quanto medos ocultos de riscos potenciais. E ainda assim, a promessa de novos mundos, de uma vasta fuga para novas esperanças e territórios inexplorados, encorajava muitos a colocar tudo em risco por uma chance de renascimento.
Ner’zhul, em meditações solitárias ao entardecer nas estepes desoladas de Draenor, compreendia o fruto invisível dessas apostas imensas e da promessa que tinha feito aos seus povos. Sabia que a tarefa à frente equivalia a navegar em um rio cósmico de variáveis instáveis e que o futuro de seu povo redefinia uma margem além do abismo de erro e desespero que assolava a memória de seus ancestrais.
O Ritual e a Reabertura do Portal
Finalmente, à medida que o crepúsculo lançava sombras longas sobre as ruínas de Draenor, Ner’zhul liderava a cerimônia pulsante no local onde o Portal Negro uma vez se elevara como um arauto de guerra. Os artefatos foram dispostos em formação ritualística, emanando uma aura que reverberava com uma intensidade além da compreensão sensorial daqueles que o cercavam.
O ritual começou. Cânticos ecoavam pelas vastidões, cruzando terras e templos arcanos que haviam resistido aos terrores do tempo. Magia ancestral misturou-se com arcanismo moderno enquanto Ner’zhul conjurava as antigas vulnerabilidades de uma magia que prometia tanto destruição quanto iluminação — a chance de libertar seu povo de uma condenação prestes a repetir-se.
À medida que as energias se conectavam, a terra tremeu com um poder primordial não sentindo desde as eras medianas do universo. No ar pesado, onde a promessa e o perigo convergiam, o Portal Negro reabriu-se com uma efusão de luz e sombra entrelaçadas, um abismo abjeto que provocava tremor tanto nos devotos quanto nos resistentes.
A abertura do portal simbolizava mais que uma simples via de escape; era o encarne de um destino que recompensava sacrifícios e desafios superados. Os orcs observavam, entre esperanças e temores, enquanto Ner’zhul concluía sua invocação. O portal seguisse aberto, pronto para conduzi-los a mundos além — cada um oferecendo oportunidades para libertação ou condenação.
O Horizonte do Amanhã
A reabertura do Portal Negro trouxe consigo ramificações que reverberariam em todas as direções no tecido do universo. Enquanto os orcs formavam fila para atravessar a monumental passagem em busca de novos destinos, era claro que o ato de Ner’zhul criara impacto tanto para Draenor quanto para a própria essência de Azeroth — abriram-se portas para tempos incertos e possibilidades vibrantes.
Com o destino além dos portais cautelosamente desenhado e a Horda unida em propósito de redenção, a visão de Ner’zhul desdobrar-se-ia descompactada nas estrelas. Entre a vastidão dos cosmos e a tessitura delicada dos mundos, aguardavam desafios que testavam a nova Horda não apenas em força, mas em espírito e capacidade de evolução — a mente aberta guiando o corpo em dança perpétua do destino.
Neste prelúdio a uma narrativa cósmica inteiramente nova, o Portal Negro não era apenas uma manifestação de fuga, mas a promessa de que a história nunca se finda, reverberando entre luminosas tinturas de águas estelares nas bibliotecas do cosmos omnipresentes. E assim narravam aos fogos eternos da criação; o povo de Draenor, amarrado pelo elã transformado e promessa indômita: sobrevivam; prosperem; adaptem-se.