O Legado do Asa da Morte: A Queda do Aspecto da Terra
O mundo de Azeroth, sempre oscilante entre órbitas de guerra e paz, encontrou-se em uma fase turbulenta após o cataclismo da Segunda Guerra. Diversas forças dizimadas tentavam lamber suas feridas enquanto os ventos da mudança rearranjavam o panorama geopolítico. Neste cenário tumultuado, não apenas a Horda sofreu pesadas baixas; entre aqueles marcados pela derrota estava um ser cujas ambições sombraram tanto homens quanto dragões verteram sangue por sua causa — o lendário Asa da Morte, também conhecido como Neltharion, o antigo Aspecto da Terra.
Os eventos catastróficos que levaram à destruição de Draenor lançaram uma sombra de incerteza sobre o destino das revoadas dragônicas e, em particular, sobre o próprio Asa da Morte. Este dragão colossal que um dia fora guardião da criação — atribuído a tarefa de proteger Azeroth e seus habitantes — encontrava-se agora em uma nebulosa espiral de poder corrupto e ruína pessoal. Ele buscou afirmar sua supremacia sobre Azeroth através de uma série de manipulações intrincadas, orquestrando conflitos que afetaram profundamente a balança das forças mundiais.
Draenor não fora apenas um mundo estrangeiro cobiçado por orcs e guerreiros, mas uma joia estratégica nos planos meticulosamente tecidos por Asa da Morte. Para ele, a criação de um novo lar para sua revoada, longe dos olhares vigilantes dos outros Aspectos, simbolizava tanto uma fortaleza de poder quanto um terreno fértil para suas ambições multiplicarem-se. Ele havia transferido cuidadosamente ovos de dragão preciosos para Draenor, vislumbrando a criação de uma geração de descendentes que carregariam seu legado de domínio absoluto e expansão.
Os negros ovos de dragão foram escondidos em antigos vales em Draenor, um planeta que prometia servir de ninho seguro para o crescimento silencioso da Revoada Negra. Nestes ovos repousavam promessas de novas alfas e ômegas que um dia ajudariam Asa da Morte a trazer as sombras eternas ao firmamento de Azeroth, mas seu cálculo foi equivocado.
Quando a destruição apocalíptica assolou Draenor, ela não poupou nada — cortou o elo vital entre as crias e seu progenitor. Tais ovos, simbolizando o renascimento de seu poderio, culminaram em simples fragmentos, vítimas insignificantes frente ao caos primordial de mundos partindo-se.
A Queda de um Legado e a Ruína da Revoada Negra
As notícias devastadoras da destruição de Draenor chegaram eventualmente aos ouvidos do Asa da Morte. Arrebatado por uma ira que poderia fazer tremer as fundações das montanhas, Neltharion fora forçado a aceitar uma realidade amarga: suas crias, esperanças que cultivara em silêncio, haviam escapado pelos dedos de fogo em uma poeira que nenhum vento jamais traria de volta.
O impacto foi duplo: além de não conseguir estabelecer seu reino no novo planeta, a redução acentuada no número de sua revoada comprometeu perigosamente seu plano de dominação. A Revoada Negra, já dizimada pelas incessantes lutas e intrigas que se desenrolaram nos anos anteriores, viu-se à beira do precipício da extinção. Este era um golpe quase irreversível para alguém cuja ambição conhecia fronteiras inefáveis.
Em sua caverna sombria, isolado, mas não derrotado, Asa da Morte começava a entender que a destruição de Draenor não significava apenas uma perda de território ou de ovos. Representava o último suspiro de uma era de relativo anonimato de sua tirania silenciosa. Agora, mais do que nunca, seu caminho de ódio precisaria resilientes mudanças táticas, pois o mundo sabia de seu verdadeiro alcance e de suas intenções perigosas.
Sobre a Superfície de Azeroth: Um Aspecto Arruinado
Contudo, este reconhecimento não converteu-se em resignação. Neltharion, mestre em artifícios e dissimulações, já começava a maquinar um novo conjunto de estratégias que visavam consolidar a pouca força que restava. Sabia que seu semblante de dragão inquebrantável precisaria de uma nova camada, um exterior de aço ainda mais impenetrável.
Por sobre as montanhas onde outros dragões ainda dormiam, enquanto a névoa do luto pela perda das crias persistia ao seu redor, Asa da Morte traçou novos desígnios. Ele veria a revoada se erguer mais uma vez das cinzas de seus próprios erros — a um custo que, ele sabia, demandaria mais do que simples força bruta.
A Nova Era de Asa da Morte
A tragédia de Draenor formava apenas a mais recente fundição do caráter ardiloso de Asa da Morte. Enquanto conspirava para solidificar novamente seu domínio, a vastidão de Azeroth parecia tanto um mapa como um antigo livro de códigos nunca verdadeiramente decifrado. Poucos podiam perceber que, até mesmo na derrota, ele trazia dentro de si o potencial cataclísmico de mundos isolados.
A promessa sombria de uma nova era esperava à margem do horizonte. Asa da Morte, mesmo em suas perdas abomináveis, jamais perdera a capacidade de adaptar suas visões, traçando novamente um esboço de uma grandeza reconquistada. Seus lendários olhos de ébano, que mais uma vez fitavam o futuro emoldurado nas constelações vastas e distantes, ainda vislumbravam o horizonte de um futuro que era seu para tomar, apenas aguardando o momento de erguer-se como a tempestade que consumiria tudo em seu caminho.
A Ressurreição de um Poder: A Retaliação Silenciosa de Asa da Morte
Com o peso das perdas assombrosas em Draenor pesando ainda em suas asas, Asa da Morte, o antigo Aspecto da Terra, se refugiou nas profundezas escuras e esquecidas de Azeroth. Longe dos olhares dos outros Aspectos e de qualquer mortal, ele começou a entrelaçar mais uma vez sua teia de ameaças e promessas de poder inigualável. As cinzas de seu império caçado não apagaram o fogo devorador que feria dentro de si; ao invés disso, tornaram-se o solo fértil para um plano ainda mais aterrador.
Neltharion, em sua complexa teia de lembranças, foi forçado a reconsiderar cada escolha, cada movimento calculado que o levara ao fracasso temporário. Recuperar o poder de sua espécie não seria um simples ato de vontade. Ele precisava de aliados, de instrumentos e da capacidade reconquistar não somente sua força, mas o temor que outrora incutia em inimigos e súditos. Era hora da Revoada Negra se erguer do esquecimento, um ressurgimento enraizado na astúcia e brutalidade refinada.
Para Asa da Morte, a reconstrução começou com sussurros no mundo, oferecendo pacto e poder em troca de lealdade. Sabendo que a confiança em suas criações não poderia ser restaurada sem aliados externos, procurou seres de ambições profanas, outros renegados e conspiradores com objetivos que se entrelaçassem aos seus. Entre esses, começariam a emergir sectos que o iriam venerar como um deus renascido, trabalhando nas sombras para plantar as sementes de discórdia e anarquia dentro das fileiras de seus inimigos.
Enquanto afundava ainda mais nos arcanos obscuros, Neltharion buscava reanimar parte de sua revoada perdida. Restava ainda um punhado de ovos que ele secretamente contrabandeou de Draenor antes de sua desintegração. Escondidos em cavernas de profundidades insondáveis, estes ovos tornaram-se a base de sua visão aterradora futura. Com cuidado minucioso, supervisionava o crescimento lento e implacável daqueles que seriam os novos generais de sua revanche.
Agora com as jovens crias em exercício e os sectos trabalhando na sombra, Asa da Morte vinha renovando cada passo com um vigor aprendido das derrotas somadas. No entanto, sabia que o destino não seria tão complacente. Ele não havia apenas perdido soldados, mas também a confiança absoluta da própria Terra — algo que jamais poderia ser plenamente restaurado.
Manipulação da Matéria: Terra Como Arma
Um dos elementos vitais em sua estratégia era a própria terra de Azeroth. Sendo o antigo Aspecto da Terra, havia partes intrínsecas dele que permaneciam ligadas aos tumultos elementais e mudanças geológicas deste vasto mundo. Em segredo, começou a manipular levemente as placas tectônicas e os fluxos de mana correntes, criando minúsculas, porem significativas mudanças nos ambientes que sabia serem centros de poder ou locais de importância vital para os outros Aspectos e raças de Azeroth.
A intenção era simples: atiçar a desconfiança natural e o medo dos que tinham algo a perder, plantando sementes de paranoia que resultariam em conflitos internos. Cada pequena escaramuça plantaria a ilusão de poder ele se manifestando uma vez mais, distraindo e dividindo enquanto cultivava seu renascimento tão meticulosamente planejado. Esta guerra psicológica, travada sem a presença de um único dragão, seria apenas a tocha inicial para os incêndios ainda por arder.
A Nova Revoada e os Efeitos Latentes
A nova geração de dragões negros, forjados das sombras das derrotas de Draenor, crescera forte e indomável sob a liderança de Asa da Morte. Estas criaturas, criadas para serem mais cruéis e astutas que seus predecessores, logo iniciariam suas missões ocultas, rastreando relíquias antigas com poder suficiente para inclinar a balança para seu favor.
À medida que os meses se tornavam anos, a influência de Asa da Morte gradualmente se estendia por Azeroth, permeando cada canto como uma doença silenciosa. As vilas vulneráveis e cidades distraídas foram presas fáceis; pequenos acidentes se tornaram frequentes, ao mesmo tempo que notícias de um aumento de atividades em ruínas esquecidas e relíquias longínquas falavam sobre seu discernimento aguçado sobre a história.
Embutido entre Sombras e a Glória Vindoura
Em suas fortalezas isoladas, Asa da Morte finalmente teve um vislumbre do grandioso tapete que ele havia tecido — uma complicação de esquemas e intrigas que, em breve, poderia desembocar num ajuste de contas. Sabia que sua vitória eminente deveria não apenas restabelecer a soberania da Revoada Negra, mas também reescrever seu legado com a conversão das cinzas de Draenor em um monumento de forças que oscilavam novamente no epicentro de Azeroth.
O fracasso não era mais uma opção. Empunhando uma determinação forjada nas brasas de suas perdas, Asa da Morte se preparava para um retorno que ecoaria por todo o cosmos. Seu legado, quietamente enterrado por desgraças passadas, em breve veria a luz, marcando uma nova era para Azeroth e seus habitantes — todos destinados a se curvarem diante de seu domínio ressurgido ou testemunharem a consumação de suas experiências pelo terror desperto.
Pois no coração do Asa da Morte, entre suas cicatrizes e poder renovado, pulsava a compreensão fatal: o mundo de Azeroth deveria não apenas suportar sua presença, mas ser moldado ela como a mão que conforma a argila, transformando a própria essência do que significa existir em um universo abalado pela inevitabilidade de sua vingança. E em cada sombra, em cada murmúrio dos ventos incansáveis, a verdadeira natureza de quem era estava prestes a ser revelada.