O Lamento do Profeta
Na vasta tapeçaria de Azeroth, Velen, o Profeta, emerge como uma figura enigmática, um farol apagado que tenta iluminar os caminhos sinistros que a vida oferece. Em meio a esse cenário, Med’an, um jovem guardião, sente a carga das incertezas que cercam sua existência. Com lágrimas que mancham suas feições orc, ele é um reflexo da vulnerabilidade humana, evocando a empatia em quem observa. Diferente dele, Velen, embora sinta compaixão por todas as almas, já aprendeu que as visões que o afligem não podem ser personalizadas, caso contrário, ele seria engolido pela dor. Com um terceiro olho que sempre observa, o Profeta é mais do que um mero espectador. Ele é um sentinela – um viajante entre inúmeras realidades, alguma vezes iluminadas, outras ensombrecidas por catástrofes.
Quando Velen observa o futuro, ele se depara com um mar de opções, uma constante dança entre esperança e desespero. O peso das vidas que ele deve guiar é profundo, como uma rocha que se afunda no âmago do mar da sua alma. Os eventos pequenos, que muitos valorizariam e que até mesmo os draeneis considerariam significativos, tornam-se, para ele, meriças distrações, sombras em um dos muitos desastres que podem acontecer. Isso é o que faz de Velen um personagem complexamente solitário – ele vê o todo e, ao mesmo tempo, é incapaz de se apegar aos detalhes que se desenrolam sob seu olhar profético.
A Pressão das Epidemias
Anduin Wrynn, o jovem príncipe, também conta uma história à parte. Ele se vê cercado por críticas que cortam como uma espada afiada. Ao passar entre os refugiados, sente um peso nos olhos desses exilados, como se cada um deles carregasse um punhal que lhe cravava a culpa em seu coração. “Cachorrinho do alienígena”, sussurra um, e a mágoa se infiltra na essência do príncipe. Afinal, tudo o que ele fez foi estender a mão em auxílio. Ele já era um suporte, tentando levar luz aos que se encontravam nas sombras, mas a incerteza de Velen quanto ao seu papel apenas alimenta o ressentimento que ele já nutre. Sua mente fervilha com a pergunta: “Por que o Profeta não dá atenção a nós?”
Enquanto a Exodar, a nave que trouxe Velen e os draeneis, se transforma em um espaço onde visões se entrelaçam, Anduin se pergunta se sua luta contra a doença e a miséria é em vão. O ar está saturado de epidemias, e a Luz parece cada vez mais distante. Um espaço para o profeta deve ser sagrado, mas, nesse vazio, acima de tudo, reside a dúvida e a fúria pela aparente indiferença. E pelas frestas da determinação, o jovem príncipe é confrontado por questionamentos que tentam derrubar sua fé na Luz.
O Encontro das Visões e a Realidade
Um momento de inflexão ocorre quando Velen decide compartilhar suas visões com Anduin. Ele vê rasgos no tecido do futuro e, ao mesmo tempo, o peso de sua responsabilidade para com todas as raças. “Se eu puder preparar os mortais, talvez possamos escapar do desastre”, pensa ele, apesar do tremor na sua voz quando a dor se manifesta em suas palavras. É nesse instante que a luz da esperança parece atravessar as sombras que cercam ambos os personagens. No entanto, Velen não pode escapar da pergunta angustiante: “E se eu falhar?” A fragilidade de suas próprias visões o deixa vulnerável, e essa vulnerabilidade reverbera em sua conexão com Anduin.
Quando o Profeta se aproxima, a atmosfera muda. O toque em sua testa provoca uma experiência transcendental. A Exodar desaparece, e eles são transportados para um lugar que talvez represente um futuro sombrio ou um abismo de possibilidades. Ali, o universo se torna um caos vibrante de cores e formas, uma peça de arte distorcida que grita em silêncio. Cometas cortam o céu, e o sinal de destruição se anuncia como uma sinfonia dissonante de horrores, demonstrando que a Luz, embora presente, precisa lutar contra as trevas visíveis em cada canto.
A Revelação do Destino
As visões se transformam, e a realidade do que Anduin testemunha é quase insuportável. O pânico toma conta dele enquanto a destruição engloba o ambiente, fazendo-o sentir o peso de cada tragédia que possivelmente ocorreria. O silêncio pesado que se segue ao colapso das existências é perturbador. É como se a vida escapasse do planeta, deixando apenas ecos de memórias disperas. O príncipe reflete que até mesmo sua própria vida e as reconciliações esperadas podem ser apagadas, e isso o atormenta durante a noite. A esperança não é apenas algo que se deseja; ela também é a única defesa contra o desespero e a solidão que ameaçam engolir seu ser.
Velen, ao observar tudo isso, não é apenas um sábio; ele é uma âncora para as esperanças e tristezas agrupadas entre as espécies de Azeroth. No entanto, sua aparente indiferença para com o sofrimento imediato é um fardo que ele carrega sozinho. Ele está cada vez mais ciente de que a responsabilidade de salvar seu povo e, à medida que ele tenta firmar o caminho, a incerteza das escolhas permanece. O dilema é palpável, e mesmo dentro de sua projeção de poder e sabedoria, ele sente a limitação de sua visão no que deveria ser uma orientação clara.
Os Refugiados e o Silêncio do Profeta
Quando o apelo dos refugiados ecoa pelos corredores da Exodar, a situação se torna insustentável. O clamor por atenção e ajuda destaca toda a vulnerabilidade que os draeneis enfrentam. Maraad, um dos draeneis, testemunha o desespero crescentes entre os exilados e o desprezo pela falta de comunicação. O silêncio de Velen se torna um símbolo da incompreensão e da frustração. Enquanto os refugiados clamam por ajuda e abraços da Luz, a incerteza sobre a qualidade desse suporte é como uma névoa paralisante. A pergunta maciça que se ergue acima da confusão é: “Por que ele não fala?”
Os ecos desse grito ressoam profundamente entre os draeneis e, mesmo que Velen não deseje, essa expectativa cria um abismo entre ele e aqueles a quem deveria estar servindo. Entretanto, seu dilema transcende fraqueza e se transforma em um caminho espinhoso. Ele sabe que o insight que possui sobre o futuro não necessariamente se traduz em respostas imediatas. Em sua mente, as visões de catástrophes se misturam com a ideia de um futuro mais luminoso, criando um dilema moral que é quase insuportável. Ele hesita, se pergunta e reflete: “Devo compartilhar minha visão quando o mundo está em colapso?”
Confronto e Conexão
O tensão entre os draeneis e os refugiados culmina em um épico confronto. Quando Velen finalmente se pronuncia, o efeito é devastador. Ele desce, inebriado pela fortuna da Luz que lhe cerca, e sua presença impõe um silêncio de respeito. Ao ver seus irmãos se atacando como se fossem inimigos, a verdade do Profeta ressoa com força: “É assim que tratamos nossos irmãos?” Com isso, grupos de combatentes param, confrontados pela intensa realidade de suas ações. O peso da vergonha e da desapontação abate não apenas os combatentes, mas também cada defensor que se enredou nessa confusão.
A conexão que Velen estabelece neste momento crucial é um divisor de águas. Ele traz a essência do que é ser um verdadeiro protector em meio ao caos. Ao ajoelhar-se na lama, envolvendo-se na humanidade que o rodeia, ele entregou-se completamente à compaixão pela sua raça. A sabedoria do Profeta não está apenas em suas visões, mas em sua habilidade de unir e trazer redempção. Essa cena poderosa transforma não apenas o entendimento dos draeneis, mas também reaviva a compaixão entre os mortais.
O Caminho a Seguir
À medida que o dia se transforma em noite, tanto Velen quanto Anduin se confrontam com a necessidade de agir. A Luz não deve ser uma simples luz desde longe; ela deve ser a força que impulsiona as ações. enquanto isso, o tormento do desconhecido persiste, um fio invisível que os une a um futuro incerto. O ensinamento do Profeta se torna cada vez mais um portal para a verdadeira compreensão de como se deve agir sob as sombras. A esperança brota quando eles se veem, não apenas como portadores de carga, mas como dirigentes de um novo futuro, um futuro que não pode ser desprezado.
E assim, ao longo das páginas, a história de Velen e Anduin transcende o tempo, a dor, a esperança e a irrevogável necessidade de compreender o valor da conexão. O que se segue é um convite