li li – A minha jornada pela Ilha Errante continuou pelo Vale do Alvorecer!
Eu persegui a bola de água que o Shu criou por todas as colinas e todos os bosques da região. O carinha estava sempre um passo à minha frente, mas eu nem me importei. Naquela época do ano, o vale estava lindo e cheio de plantas e animais fascinantes, como os larápios folhâmbares, uns duendes espertinhos que adoram fazer truques e causar confusão. Eu sempre gostei deles. Mas as coisas que eu mais gosto nesta parte da ilha são as árvores puzhu de cor bem vermelha. Elas têm algo de mágico. As pétalas mantêm a cor por meses, mesmo depois de colhidas.
Os Andarilhos das Lendas dizem que Liu Lang plantou vários brotos e sementes diferentes na ilha há muitos anos. Será que isso quer dizer que o mesmo tipo de plantas e flores existe em Pandária? Se for assim, pode ser que o pessoal de lá também use as pétalas puzhu para fazer remédios e decorações para os festivais, como nós.
Enfim, eu perdi a trilha da água de Shu em algum lugar da Vila de Wu-Song, no norte do Vale do Alvorecer. Para piorar as coisas, ninguém na vila a tinha visto! Como alguém pode deixar de ver uma bola de água viva dançando pelas ruas? Bom, não é culpa dos aldeões. Eles estavam ocupados com suas tarefas e praticando artes marciais. Alguns dos melhores monges da ilha vêm de Wu-Song, provavelmente por ser muito perto do Campo de Treinamento de Shang Xi.
O campo fica no alto de uma colina, a leste da vila. Durante o dia todo, o som de punhos e armas batendo nos bonecos de treinamento ecoa pelo vale abaixo. Enquanto eu caminhava na direção do campo, encontrei dois dos pandarens mais sábios do lugar: Aysa Canta Nuvens, uma mestra do caminho Tushui, e Ji Pata de Fogo, um mestre do caminho Huojin.
As duas filosofias são muito populares, mas cada uma tem uma característica diferente. Tushui, antes de mais nada, ensina a defender o que é correto. Só existe um caminho correto na vida e ele deve ser sempre seguido. Por outro lado, Huojin fala sempre sobre paixões e ações assertivas. Os estudantes desta escola acreditam que enquanto estiverem trabalhando para um bem maior, pode existir um pouco de flexibilidade no modo como o trabalho é feito.
Como uma seguidora do Caminho do Errante, eu não poderia perder a rara oportunidade de perturbar Aysa e Ji com minhas perguntas. Então, perguntei o que eu deveria fazer para encontrar a bola d’água.
— Sente-se, observe e aguarde, minha jovem,— respondeu Aysa. — Shu é um ser ancestral que nem sempre atenderá ao seu chamado. Se a água quiser encontrar você, ela o fará. No tempo certo.
A visão de Ji era um pouco diferente: — Você só encontrará a água se tiver dedicação, jovem Malte do Trovão (li li). Procure em cada árvore e cada rio. Revire todas as pedras!
Eu acabei tentando os dois caminhos. Primeiro, esperei no Lago de Fu, uma área tranquila ao sul do campo de treinamento. Sentei lá e meditei por horas, mas a bola de água não apareceu. Depois, eu segui o conselho de Ji e fui procurar em cada matinho que via. Por fim, cheguei a conclusão que era tudo sem sentido. Minha missão era explorar. Se Shu me levou até lá por um motivo, talvez tenha sido para me ajudar a dar o primeiro passo na minha jornada.
Depois de pegar o caminho de volta para o Templo das Cinco Auroras, cruzei o caminho de um carroceiro chamado Lun e seu grande iaque. Ele tinha acabado de entregar uns suprimentos no templo e estava se preparando para voltar à Fazenda de Dai-Lo. Aquela parte da ilha parecia um bom lugar para visitar. Consegui convencer Lun a me dar uma carona na carroça dele.
Tenho a impressão de que ele estava de mal humor. Ficou com uma cara azeda o tempo todo, como quem morde um bolinho de feijão vermelho e descobre que estava recheado com queijo de iaque estragado (isso já aconteceu comigo). Depois de fazer algumas perguntas, consegui descobrir o que tinha acontecido: ladrões hozens haviam roubado o estoque de comida dele!
Claro, eu senti pena de Lun, mas, para ser sincera, fiquei muito empolgada. Explorar Dai-Lo era uma coisa, mas explorá-la e investigar uma cena de roubo hozen era como um sonho que se torna realidade.
A próxima parte da minha viagem prometia ser uma aventura e tanto!