Hozens – Depois da bagunça no Vale do Alvorecer, eu segui para a Fazenda Dai-Lo!
Esse lugar lindo é a despensa de alimentos da Ilha Errante. Eu li na Biblioteca-mor que o solo daqui é um dos mais férteis do mundo. Dai-Lo é uma pequena comunidade de fazendeiros perto das Fileiras, longos caminhos serpenteantes de solo arado, cheios de abóboras, cenouras e outras gostosuras.
Toda essa comida deliciosa a céu aberto transformou esta área no alvo preferido dos vermingues, umas pestes muito chatas. Essas criaturas peludas devoram qualquer coisa que encontrarem pela frente, mas têm um amor todo especial por legumes e verduras.
Porém, os vermingues são só um dos problemas da fazenda. Enquanto me dava carona até Dai-Lo, o carroceiro Lun contou sobre um grupo de hozens ladrões que entrou na vila e roubou algumas sacas de arroz e vegetais. Normalmente, esses macacos espertos ficavam só na Vila de Fe-Fang, na parte noroeste da ilha, mas às vezes eles aparecem para criar confusão.
Não me entenda mal: eu gosto dos hozens. Eles têm toda uma cultura e costumes fascinantes. Os hozens são loucos e divertidos, de um jeito legal. Mas de vez em quando essa doideira deles passa do limite.
Fiquei chocada ao saber que ninguém estava tentando encontrar os ladrões. Acho que com os vermingues na área, os fazendeiros de Dai-Lo não acharam que perder uns sacos de comida uma vez ou outra era grande coisa. Do meu ponto de vista, se os fazendeiros deixassem os hozens roubar a colheita deles, aquelas bolas de pelo não iriam parar nunca. Era a nossa comida que estava em jogo e eu não ia ficar sentada e deixar os macacos sair livres dessa!
Lun disse que os hozens foram vistos pela última vez indo para as florestas a norte das Fileiras, em direção a uma área chamada de Lagos Cantantes. Não demorou muito até que eu encontrasse uma trilha de pedaços de cenoura mastigados e cabeças de brócolis descartadas (acho que até os hozens odeiam brócolis). Segui a trilha até as florestas esmeralda que rodeiam os lagos.
Eu sempre gostei de visitar os lagos. São calmos e cheios de magia. Já passei muito tempo lá, me equilibrando em pilares de madeira estreitos erguidos sobre a água. As sessões de treino são emocionantes porque a queda não deixa você só molhada. Aquelas águas podem fazer muito mais do que isso.
Ao longo dos anos, todo tipo de animais morreu nos lagos e os espíritos deles se fundiram às águas encantadas. Se você se molhar… BUM! Quando vê, de repente está pulando como um sapo ou se arrastando na lama como uma tartaruga. Existe até um lago infundido pelos espíritos de gambás. Depois que a maldição acaba, você ainda fica fedendo por vários dias!
Tive paciência para investigar a área, observando os filhotes saltando de pilar em pilar, sendo instruídos por um pandaren chamado Forte Bô. Ele é um grandalhão que não gosta de brincadeiras e foi meu professor por anos. Tem um coração bom, mas é tão divertido de se ter por perto quanto um balde de iscas podres. É sempre “Não faça isso!” com Forte Bô… Parece meu pai. Eles são o oposto completo do Tio Chen.
Forte Bô me viu andando pelas margens dos lagos e olhou de cara feia. Provavelmente achou que eu estivesse aprontando alguma confusão (no que estava certo, claro). Por sorte, ele estava ocupado demais ensinando os filhotes para vir me perturbar.
Enfim, eu encontrei os ladrões hozens. Cinco deles, para ser exata. Eles estavam brincando às margens do lago do gambá, empurrando um ao outro na água. Sempre que um entrava e se transformava, os outros começavam a pular, gritando e rindo como se fosse noite de dose dupla na Cervejaria Ki-Han.
Eu vi o que restou dos sacos de arroz e vegetais em um morrote próximo, escondido atrás de uma árvore. Os hozens estavam tão distraídos com a brincadeira que nem viram quando eu cheguei devagarzinho no esconderijo para olhar a comida. Fui chegando cada vez mais perto, até os sacos estarem ao alcance das minhas mãos quando… dois bebês hozens peludinhos apareceram atrás dos sacos!
Eu não esperava que os ladrões fossem uma família. Eles devem ter roubado a comida para alimentar os pequeninos e eu não tive coragem de pegar a comida de volta. Mas ainda consegui me vingar. Arremessei uma das abóboras roubadas dentro do lago e disparei para a floresta. Pelo barulho que se seguiu, imagino ter derrubado pelo menos alguns deles no lago. Por outro lado, transformá-los em gambás provavelmente os deixou com cheiro melhor do que o normal.
Bom, já era hora de encarar meus medos. Juntei alguns suprimentos em Dai-Lo e parti em direção à Floresta de Pei-Wu, o lugar mais perigoso e proibido de toda a Ilha Errante!