ias atrás iniciou a Noturnália, evento que faz referência ao Halloween. Entregar doces, salvar vilarejos, ajudar crianças… mas sempre é citado um nome ‘Cavaleiro sem Cabeça‘!
Quem é esse ‘Cavaleiro’? Mais um herói perturbado de Azeroth? Um viajante nada amigável? Ou um gnomo vidrado em cosplay? Afinal, quem é esse que ofende a todos com frases rimadas?
Conhecendo o Cavaleiro sem Cabeça! O que ele faz? Onde ele ataca?
Introduzido no patch 2.2.2, em 2007, a horrível sombra do Cavaleiro sem Cabeça aterroriza vilarejos da Horda e da Aliança. Jogadores correm freneticamente com baldes de água para apagar os edifícios que foram incendiados. O Cavaleiro sem Cabeça tem sido, desde então, um terror para as crianças, mas poucas pessoas conhecem as origens desse novo chefe.
A série de mangá Warcraft Legends introduziu uma história sobre o ‘inimigo das rimas horríveis’. Embora a história tenha sido curta, o mangá contou a origem do Cavaleiro sem Cabeça, o motivo dele assombrar as estradas de Azeroth, queimar edifícios, e por que ele prefere falar em poemas rimados, ao invés de simplesmente dizer o que está em sua mente.
Quem era o Cavaleiro sem Cabeça? Qual era seu nome? Ele teve filhos?
É uma história muito triste, e tem seu início antes da queda de Lordaeron. O Cavaleiro sem Cabeça, em vida, era um paladino chamado Sir Thomas Thomson.
Era o ano 20, no cronograma de Warcraft – a Segunda Guerra acabou, e ainda que os orcs tivessem se livrado dos campos de concentração em que tinham sido presos, havia muito mais para se preocupar. Uma nova praga levou o povo de Lordaeron a ruína, um terrível flagelo, composto por um exército de mortos-vivos, contaminou a terra e matou qualquer um que estivesse em seu caminho.
Sir Thomas Thomson era um cavaleiro do Punho de Prata e lutou ao lado de Uther, o Arauto da Luz. O Príncipe Arthas Menethil investigou a origem da praga. Quando Arthas ordenou o expurgo de Stratholme, Sir Thomas Thomson foi um dos que, junto a Uther, opôs-se ao comando de Arthas, e deixou o príncipe realizar o que pretendia por conta própria. Thomas foi antes de tudo um bom homem e como todo bom paladino do Punho de Prata, procurou somente proteger o povo de Lordaeron.
Enquanto Sir Thomas estava em uma pequena aldeia, aconteceu a primeira de várias tragédias que iriam ocorrer durante a sua vida. A aldeia estava com poucos suprimentos e um carregamento de grãos foi enviado por Baron Rivendare, um nobre rico, que na opinião de Sir Thomas Thomson, era um homem generoso, que sempre partilhou sua riqueza com as pessoas menos favorecidas. Infelizmente, os motivos de Rivendare eram vários, menos o de ser caridoso.
A aldeia foi transformada durante a noite, e milhares de pessoas morreram, se levantando como novos membros mortos-vivos do Flagelo. Sir Thomas Thomson, que havia passado a noite em jejum, a fim de limpar sua mente, teve que lutar até para fora da aldeia, matando todos os moradores atormentados que pudesse encontrar, para no fim, dar a cada morador um descanso digno.
Sir Thomas Thomson sentiu-se inteiramente culpado pelo incidente, insistindo que deveria ter pensado melhor e notado os planos de Baron Rivendare, mas os paladinos do Punho de Prata asseguram-lhe que não havia nada que pudesse fazer. Sir Thomas, exausto, e ainda culpando-se pelo ocorrido, foi mandado para casa, a fim de descansar e se recuperar.
Enquanto estava a caminho de sua casa, para rever sua esposa Suzannah Thomson, e seus dois filhos, Joel Thomson e Gina Thomson, uma terrível notícia se espalhou – o jovem Príncipe Arthas, que lhes havia ordenado expurgar Stratholme, fez algo absolutamente incompreensível.
Rei Terenas Menethil II foi morto pelo próprio filho. Mais uma vez, Sir Thomas Thomson se culpava por não ter notado a corrupção em Arthas. Os filhos de Thomas pediram-lhe para explicar por que Arthas havia matado o próprio pai, e Sir Thomas disse-lhes uma história, bastante simples, com rimas, de um príncipe que morreu lutando para salvar seu pai “O rei foi salvo, a maldição do príncipe havia sido desfeita, o seu sangue tinha pago pelo seu pecado”.
Passado um tempo, Sir Thomas se uniu aos esforços de Jaina Proudmoore, para reunir pessoas e viajar ao continente distante de Kalimdor. Ele disse a esposa Suzannah Thomson para levar as crianças e ir embora para um local seguro. Sua esposa recusou, exigindo ficar ao seu lado, pois se ele partisse, seus filhos nunca mais o veriam novamente. Sir Thomas Thomson concordou em deixá-los ficar, mas sua mente foi alterada pela notícia chocante que chegou logo pela manhã.
Uther, o Arauto da Luz, maior paladino de Azeroth e da Ordem do Punho de Prata, havia caído pelas mãos do Príncipe Arthas e a Scourge, assim como o resto da cidade de Andorhal. Sir Thomas Thomson ficou completamente devastado pela perda de seu amado mentor e amigo, e pediu a sua esposa para ir a Kalimdor. Sir Thomas já havia perdido muitas pessoas amadas, e ele não poderia suportar perdê-los também. Sua esposa, atordoada com a profundidade da tristeza do marido, concordou e levou as crianças no dia seguinte, a fim de protegê-las de qualquer perigo.
Sir Thomas Thomson voltou para a Ordem do Punho de Prata, lutando sob a tutela do Senhor Alexandros Mograine durante quatro anos. Fiel ao seu atual líder e dedicado às contínuas batalhas, Sir Thomas lutou como um homem quase obcecado pela vingança, e cada golpe contra a Scourge era mais um golpe contra as tragédias que atormentavam sua vida incansavelmente.
Homens vivem e homens morrem. Com o Senhor Mograine não foi excessão. Alexandros Mograine foi assassinado por seu filho, embora a forma e a causa de sua morte não tenha sido desconhecida. Com a queda de Mograine, veio também a queda da Ordem do Punho de Prata, e a ascensão de uma nova ordem, que veria a terra limpa da sujeira dos mortos-vivos, a ordem Scarlet Crusade.
Sir Thomas Thomsou rapidamente entrou na Ordem Scarlet Crusade, afinal, o objetivo desta era também erradicar os mortos-vivos. Mas com o tempo, a força da Scarlet Crusade cresceu, e com isso, o número de heróis sem misericórdia aumentou. O assassinato era feito a sangue frio, sem rodeios. As cidades eram ‘marcadas’, mas o método de confirmação da existência da praga foi equivocado, e isso resultou na morte de aldeões inocentes, independente de sua saúde.
Sir Thomas não entendeu o motivo de tais atos e resolveu questionar, mas ao fazer, recebeu da Scarlet Crusade uma explicação complicada, e sem respostas evidentes.
Sir Thomas Thomson mais uma vez se viu enganado, pensando-se um idiota por não notar o real sentido da nova ordem. A traição de Rivendare, a traição de Arthas, quantas vezes ele havia sido enganado pelos outros, quantas pessoas morreram por culpa de sua ignorância? Foi imperdoável, mas a Scarlet Crusade tranquilizou-o, mais uma vez, explicando não ser culpa dele, e em seguida, pediu-lhe para fazer o que deveria ser feito. E ele fez – matou milhares de inocentes, por que em sua mente, eles já eram mortos-vivos, somente não haviam notado que o eram.
Nunca passou pela cabeça de Sir Thomas que ele estava cometendo o mesmo tipo de assassinato que o Príncipe Arthas, quando ele expurgou a cidade de Stratholme, tantos anos antes. Sir Thomas Thomson tinha se transformado no que ele, quatro anos atrás, tinha como algo frustante.
Dois meses depois, a Scarlet Crusade descobriu outro local com aldeões saudáveis, e proclamou a aldeia como mais um grupo que estava se preparando para ser transformado pela Scourge e ordenou a sua eliminação. Sir Thomas estava a frente da batalha, e uma mulher e seu filho caíram abaixo de sua lâmina. A filha da mulher virou um instante antes do golpe fatal, e olhou para ele com os olhos aterrorizados, Sir Thomas Thomson reconheceu naquela fração de segundo, os olhos de sua filha.
O Arrependimento e a Busca Desesperada pela Luz!
A esposa e os filhos de Sir Thomas não foram para Kalimdor com os outros sobreviventes, como ele havia pedido. Em vez disso, optaram por ficar próximos a Lordaeron, no objetivo de estar perto de seu amado marido e os filhos, de seu pai. Sir Thomas Thomson matou sua própria família a sangue frio, como os outros heróis da Scarlet Crusade.
Sir Thomas Thomson implorou a luz por misericórdia, e mesmo com profundo arrependimento, a luz não teve piedade para com ele. Quando ele tentou imaginar o motivo de ter realizado tal ato, Sir Thomas perdeu-se completamente em luto. A ordem Scarlet Crusade o levou de volta ao mosteiro, e prendeu o em seus aposentos, a fim dele trabalhar com sua dor.
Quando estava em seu quarto, ao invés de reações normais, como o luto, as lágrimas, ocorreu coisas estranhas. Ruídos desumanos, risos, gritos – todos esses atos rimados.
O Crusado Dathrohan teve uma ideia para ajudar Sir Thomas Thomson. Nas festas de Halloween existia o Homem de Palha, que era cerimonialmente iluminado em chamas. Dizia-se que jogando um ramo no Homem de Palha, as tristezas, amores antigos e novos ódios eram queimados.
E assim Dathrohan convenceu Sir Thomas a se juntar novamente à luta contra os mortos-vivos. Sir Thomas colocou seu passado para trás e lutou com um frenesi quase selvagem, matando centenas de mortos-vivos, e fazendo com que a Scourge o atacasse em massa.
Seus companheiros saltaram para defendê-lo e ajudá-lo, e foi aí que eles descobriram que Sir Thomas Thomson não foi apenas ultrapassado pela tristeza. Ele virou-se para eles, e executou cada um com sua afiada lâmina, como maldosamente assassinou os aldeões inocentes tempos atrás.
Sir Thomas Thomson havia se tornado um homem completamente louco.
A ordem Scarlet Crusade foi obrigada a derrubar um de seus próprios membros e decapitar Sir Thomas. O corpo do paladino outrora valente foi levado ao Mosteiro Scarlet. O Grande Cruzado Dathrohan disse que iria preparar o corpo de Sir Thomas Thomson, para que fosse queimado, em honra a ele por ter sido um herói da ordem do Punho de Prata. De fato, as coisas não eram como pareciam ser. O Grande Cruzado foi possuído pelo Dreadlord Balnazzar, ao longo dos anos.
O corpo de Sir Thomas não foi queimado pelo fogo, e sim, pela energia vil, correndo por suas veias com Balnazzar reanimando seu cadáver. Balnazzar havia tomado ao longo dos anos o corpo do Grande Cruzado, e era o verdadeiro líder da Scarlet Crusade. Dathrohan era apenas mais um fantoche que Balnazzar poderia utilizar para causar estragos ao Lich King, e a própria humanidade.
Em uma vida repleta de erros, de ser cego e não notar os motivos dos outros, Sir Thomas Thomson havia finalmente caído. Mas não foi o bastante, Balnazzar levantou Sir Thomas dentre os mortos, dando-lhe força para realizar o que quer que o paladino morto considerasse necessário. Seja qual for a escolha, Sir Thomas estava novamente em pé, e Balnazzar sabia que seu retorno iria resultar em várias mortes, como também, a morte daqueles que Balnazzar pretendia erradicar.
Desde este dia, o cadáver de Sir Thomas Thomson cavalga os céus de Azeroth, queimando edifícios e erradicando qualquer ameaça. Em vida, Sir Thomas confiou em todos ao seu redor, sem imaginar que isso levaria a morte de seu companheiro, o querido mentor Uther, o Arauto da Luz, milhares de inocentes, e por fim, a morte de sua amada esposa e de seus dois filhos.
Na morte, Sir Thomas Thomson é tão enlouquecido que não percebe que já morreu faz muito tempo. Sir Thomas continua a pensar que todos são criaturas do flagelo, onde quer que estejam. Ele olha os rostos daqueles que procuram proteger os inocentes, e pretende dar a cada um desses a morte que merecem, mas no fim, não nota que o problema é ele.
Quem sabe quando ou onde o Cavaleiro sem Cabeça pode atacar?
E tenha a certeza, ele não vai parar até dar um fim a todos vocês!