Início da Ascensão do Lich Rei
A história da Cidadela da Coroa de Gelo começa com a ascensão de Ner’zhul como o Lich Rei. Ner’zhul, um xamã orc originalmente, foi traído por Kil’jaeden, um lorde demoníaco da Legião Ardente. Em troca da vida de seu povo, Ner’zhul se submeteu, sendo transformado em um ser de puro poder necromântico e aprisionado em um bloco de gelo encantado, conhecido como o Trono Gélido. Lançado no mundo de Azeroth, o Lich Rei encontrou sua base na gelada Nortúndria, mais especificamente na Cidadela da Coroa de Gelo, onde começaria a arquitetar os eventos que culminariam na criação do Flagelo dos Mortos-Vivos.
A Cidadela da Coroa de Gelo foi projetada como um verdadeiro bastião de terror e corrupção, incrustada no próprio núcleo de Gelo da Coroa, uma região infame por suas tempestades perpétuas e o frio incessante. Dentro dessa fortaleza, o Lich Rei começou a agregar poder, dominando vrykuls, mortos-vivos e outros seres das trevas. Ele não apenas ganhou controle sobre esses seres, mas também infundiu seu próprio veneno na terra ao redor, fazendo com que a influência maligna da cidadela se expandisse lentamente.
A Criação do Flagelo e a Traição de Arthas
O Flagelo dos Mortos-Vivos foi a principal arma do Lich Rei, uma força imparável composta por cadáveres reanimados e criaturas abomináveis. A sua criação marcou o início de um plano meticulosamente pensado para corromper e destruir os reinos dos vivos. O passo crucial nessa campanha foi a corrupção de Arthas Menethil, um jovem e prometedor príncipe humano de Lordaeron. Arthas, em sua determinação cega de salvar seu reino da praga disseminada pelos agentes do Lich Rei, acabou se contaminando com o próprio mal que ele buscava derrotar. Guiado por um apelo sinistro e uma espada amaldiçoada chamada Frostmourne, Arthas perdeu sua humanidade, assumindo o papel de cavaleiro da morte mais poderoso do Flagelo.
Com Arthas ao seu lado, o Lich Rei executou uma campanha de terror e destruição, derrubando nações e ampliando seu exército de mortos-vivos. A relação simbiótica entre o jovem príncipe corrompido e o mestre necromântico estabeleceu as bases para uma era de escuridão. A Cidadela da Coroa de Gelo, servindo de ponto central, era o epicentro dessa expansão, de onde as ordas de mortos-vivos se espalhavam como uma praga inexorável, devastando terras e corrompendo almas.
Conflitos e Resistência
A expansão do Flagelo provocou uma reação em cadeia entre os reinos e facções de Azeroth. Os elfos, humanos, anões e várias outras raças viram-se forçados a unir forças para sobreviver à crescente ameaça. Lordaeron foi uma das primeiras grandes nações a cair, sendo seguida por outras regiões que sucumbiram diante do exército incessante de Arthas e seus lacaios. A resistência, embora determinada, enfrentava dificuldades imensas para conter a maré de destruição.
Dentro da Cidadela da Coroa de Gelo, o Lich Rei consolidava seu reinado de terror. Arthas, ocupado em ampliar ainda mais o alcance do Flagelo, travava batalhas destinadas a eliminar qualquer ponta de resistência. Lentamente, a guerra travada na superfície convergiu para a inevitável investida contra a própria cidadela. A Hoste de Prata, uma força de exorcistas liderada por figuras centrais como Tirion Fordring, e a Cruzada Argêntea emergiram como bastiões de esperança contra o domínio sombrio do Lich Rei.
Durante esta fase, a tensão entre as forças do bem e do mal intensificou-se, culminando em uma série de confrontos épicos que testaram os limites da coragem e da resistência das forças de Azeroth. Dentro da própria cidadela, o Lich Rei preparava sua defesa final, reforçando suas fortalezas com magia poderosa e suas abominações mais temíveis, ciente de que o destino de ambos os lados se resolveria nas profundezas geladas de sua fortaleza.
A Invasão da Cidadela
A invasão da Cidadela da Coroa de Gelo foi uma das campanhas mais ambiciosas e desesperadas empreendidas pelas forças de Azeroth. A parte exterior da cidadela era uma prova das capacidades defensivas do Lich Rei. Flanqueada por muralhas imponentes e guarnecida por legiões de mortos-vivos, a entrada já se mostrava um desafio colossal. Sobre uma ponte vasta e suspensa, conhecida como a Muralha dos Ossos, os heróis enfrentaram hordas intermináveis de inimigos, capatazes de necromantes e construções macabras projetadas para deter qualquer avanço.
A caminhada pelo exterior da cidadela levou os invasores a um confronto direto com Lorde Tuetano, um dos mais poderosos generais do Lich Rei. Este gigantesco esqueleto armado com uma lança titânica liderava um batalhão de mortos-vivos, provando ser um obstáculo formidável. Após sua derrota, os heróis adentraram a cidadela propriamente dita, apenas para encontrar uma série de desafios ainda mais terríveis.
Cada andar da cidadela era um reflexo da corrupção e do poder do Lich Rei. As masmorras estavam infestadas de abominações e experimentos fracassados, criaturas que antes eram humanas, transformadas em ferramentas de guerra. As salas e corredores estavam cobertos de estandartes escarlates e apinhados de gás venenoso e armadilhas mágicas, sendo que cada passo mais profundo na cidadela aumentava o reconhecimento para os invasores do verdadeiro terror do Flagelo.
Salões Cavernosos e Guardiões Temíveis
De um salão vasto e cavernoso emergiu o Profanador de Almas, uma manifestação de poder vil e magia do Lich Rei. Esta energia corrompida tinha sido imbuída em um dos campeões mais letais do Flagelo, o Lorde dos Pus, que controlava um enxame de mortes-viventes e gases venenosos. O confronto aqui não era apenas físico: os heróis tinham que combater uma malignidade que ameaçar perder suas próprias almas para a necromancia. Com a queda do Profanador de Almas, os heróis avançaram para a Forja de Sangue.
A Forja de Sangue guardava outro tenente das forças sombrias, o Profanador Sangrento. A aura nefasta envolvia seu domínio, onde os rituais de sangue canalizavam poderosas energias para aumentar a força do Flagelo. Este antagonista trazia consigo uma horda de sádicos vampiros e golems ensandecidos, forçando os invasores a enfrentar tanto ataques diretos como feitiços perigosamente cerimoniais. A Forja de Sangue, também conhecida por seu sinistro brilho vermelho, era um lugar de desespero que, após sua conquista, deu aos heróis um breve momento de vitória.
Avançando mais para os níveis mais profundos da Cidadela da Coroa de Gelo, os heróis encontraram a Galeria dos Glacinatas, onde se depararam com Sindragosa, a rainha dos dragões de gelo. Sindragosa, uma outrora formidável progenitora azul, fora revivida e corrompida pelo Lich Rei, transformando-se em um monstro aterrador e gélido.
A batalha contra Sindragosa foi monumental. Suas rajadas de gelo eram fatais, congelando instantaneamente qualquer um que deixasse de se proteger adequadamente. Sua presença era um testemunho do poder necromântico do Lich Rei de subverter até mesmo as forças mais grandiosas da criação à sua vontade. A derrota de Sindragosa foi um marco crucial na invasão da cidadela, ainda que o esforço tenha cobrado um preço alto em vidas e recursos.
A penetração nas profundezas geladas da cidadela trazia consigo um sentimento crescente de urgência e desespero. A cada passo, os invasores se aproximavam mais do Trono Gélido, conscientes de que enfrentariam o próprio Lich Rei em breve. Cada vitória, dolorosamente conquistada, trazia os heróis mais próximos da resolução final sobre o destino de Azeroth e seu inimigo mais tenebroso. As câmaras internas eram um labirinto de terror em constante mudança, onde cada canto escuro poderia esconder uma nova ameaça ou um segredo hediondo do Flagelo.
As hostes de Azeroth sabiam que, ao derrotar cada desafiante, estavam tirando camadas das defesas do Lich Rei e enfraquecendo sua posição. No entanto, cientes estavam também de que o verdadeiro desafio ainda estava por vir: o confronto decisivo com o Lich Rei, onde o destino do mundo seria decidido em uma luta épica entre luz e escuridão.
A Ascensão ao Trono Gélido
Finalmente, após uma série de confrontos culminantes e a superação de inúmeros obstáculos, os heróis adentraram o coração gelado da cidadela, aproximando-se do Trono Gélido. Este era o santuário mais interior do Lich Rei, onde ele havia consolidado seu poder e governava com mão de ferro sobre seus exércitos. A entrada para o Trono Gélido era protegida por ninguém menos que Bolvar Fordragon, um dos defensores mais respeitados de Azeroth que havia sido corrompido e transformado em uma figura trágica pelo próprio Lich Rei.
Bolvar, outrora líder da Aliança, agora estava amarrado e subjugado, não mais humano, mas uma entidade vibrante com poderes flamejantes distorcidos pela necromancia. Os invasores enfrentaram Bolvar dentro do Salão dos Estrondos, uma câmara de ecos zumbidos com chamas sobrenaturais e ventos gelados. A batalha era tanto uma prova de habilidade quanto de moralidade, lutando não apenas contra um inimigo imponente, mas também para libertar uma alma que fora obrigada a trair seus princípios mais elevados.
Com a derrota de Bolvar Fordragon e após sua libertação da tortura contínua imposta pela maré de necromancia, os heróis tiveram que se preparar para o desafio final: o próprio Lich Rei. Esta era a batalha que testaria todas as suas habilidades, coragem e força de vontade. No topo do Trono Gélido, o Lich Rei aguardava, solitário, mas arrogante em sua certeza de vitória. Rodeado por uma tempestade de gelo e trevas, nele estava concentrada toda a malignidade que havia consumido a cidadela e os arredores.
O Confronto Final
Encarar o Lich Rei era encarar o próprio coração da escuridão e do gelo. A batalha contra o Lich Rei começou com Arthas Menethil, o que restara da humanidade enterrado sob camadas de ódio e poder necromântico. As estratégias do Lich Rei eram de um gênio sombrio, utilizando habilidades devastadoras como o Infestar e o flagelo dos mortos-vivos, convocando hordas de lacaios para enfraquecer seus inimigos enquanto ele consolidava seu poder.
Em vários pontos da batalha, os heróis enfrentaram o desespero. O Lich Rei, dotado de poder supremo em seu domínio, era capaz de manipular o próprio ambiente ao seu favor. Ele conjurava os mortos para sustentar sua investida e desferia golpes que pareciam reverberar com a força de mil almas condenadas. A tática e coordenação entre os heróis foi essencial para desviar das armadilhas mortais e abalar a confiança do Lich Rei.
No momento em que tudo parecia perdido e o Lich Rei estava prestes a reivindicar a vitória definitiva, uma reviravolta ocorreu. Tirion Fordring, segurando a Lâmina da Luz, a Lâmina da Justiça, quebrou as correntes gélidas que o mantinham preso e, com um grito arrebatador, destruiu Frostmourne, a espada amaldiçoada de Arthas. A destruição de Frostmourne liberou as almas que estavam aprisionadas dentro dela, enfraquecendo drasticamente o Lich Rei.
A Queda e o Novo Guardião
Com o colapso de Frostmourne, Arthas Menethil encontrou-se despido de seu poder supremo. Sem a espada para sustentá-lo, ele teve um breve momento de clareza, uma fração de segundo onde a verdadeira face de Arthas emergiu, apenas para ser consumida pelo peso de seus crimes e obrigações quebradas. O Lich Rei foi finalmente derrotado, tombando ao chão enquanto suas energias negras dissipavam-se na atmosfera gélida.
Embora o Lich Rei tenha caído, o desafio estava longe de acabar. Era necessário alguém para substituir o Trono Gélido e manter o controle do Flagelo, que, caso contrário, escaparia de controle e devastaria Azeroth sem liderança. Bolvar Fordragon, agora livre da maldição do Lich Rei, voluntariou-se para essa tarefa sombria. Ele assumiu o elmo do domínio do Lich Rei e se sentou no Trono Gélido, encerrando seu destino ao peso do dever.
Bolvar, já corrompido mas determinado, tornou-se o novo Lich Rei—mas com uma diferença fundamental. Ele jurou manter o Flagelo em controle, usando seu novo poder para restringir as forças necromânticas à cidadela, prevenindo que seu caos se espalhasse. Esse sacrifício final de Bolvar foi um ato de heroísmo incomensurável, garantindo que Azeroth pudesse ter paz enquanto a escuridão permanecesse guardada nas profundezas de Nortúndria.
Resultado e Legado
A queda do Lich Rei foi um ponto de virada monumental na história de Azeroth. Embora muitas terras houvessem sido devastadas e inúmeras vidas perdidas, a vitória trouxe um novo senso de união e esperança entre as várias facções que haviam lutado lado a lado. A derrota do Lich Rei e o sacrifício de Bolvar Fordragon foram celebrados como um triunfo não apenas da força, mas da coragem e da lealdade diante das adversidades mais implacáveis.
O legado da Cidadela da Coroa de Gelo e a luta contra o Lich Rei permaneceram gravados nas memórias de todos que participaram dessa batalha épica. A história dos heróis que se ergueram contra o Flagelo, enfrentando o ápice do mal e da necromancia, tornou-se uma lenda imortal, contada e recontada através das eras de Azeroth. A sombra da fortaleza gélida e os horrores ali testemunhados lembravam constantemente que a vigilância e a valia eram valores imprescindíveis para manter o equilíbrio entre a luz e a escuridão. A história da Cidadela da Coroa de Gelo é, então, uma crônica de sacrifício, redenção e resistência contra o poder inimaginável do mal.