Ano 82.999 – O Surgimento das Revoadas Dracônicas
No universo vasto de Warcraft, a história precedente à Primeira Guerra é repleta de eventos épicos e batalhas lendárias que moldaram o mundo de Azeroth como conhecemos. Entre esses eventos marcantes, um dos mais significativos é sem dúvida o Ataque das Revoadas, ocorrido aproximadamente 64.001 anos antes do conflito que opôs a Horda à Aliança. Para compreender verdadeiramente o impacto deste evento, é essencial mergulhar nas origens das criaturas majestosas no centro deste conto: as revoadas dracônicas.
Criadas pelos nobres Titãs para proteger Azeroth de ameaças internas e externas, as cinco revoadas dracônicas – Vermelha, Azul, Bronze, Verde e Preta – encarnavam os aspectos fundamentais da vida, magia, tempo, sonho e terra, respectivamente. Essas criaturas magníficas, lideradas pelos Aspectos, seres dracônicos de imenso poder agraciados pelos próprios Titãs, desempenhavam papel crucial na manutenção do equilíbrio e na defesa do planeta contra qualquer desafio que pudesse surgir, desde invasões demoníacas a catástrofes naturais. Eles eram os guardiões originais de Azeroth, onipresentes e sempre vigilantes.
O Despertar do Inimigo e o Chamado à Guerra
A paz, no entanto, jamais é eterna. Sob a superfície tranquila de Azeroth, uma ameaça ancestral começou a despertar, uma sombra que se estendia por todo o cosmos: os Antigos Deuses. Criaturas de poder incomensurável e maldade indizível, os Antigos Deuses estavam aprisionados nas profundezas de Azeroth, consequência de uma guerra celestial há eras passadas. No entanto, seu poder corruptor não conhecia limites, e lentamente eles começaram a estender sua influência maligna, buscando subverter a ordem estabelecida pelos Titãs e desencadear sua própria versão caótica da criação.
Frente ao crescente poder dos Antigos Deuses e seus lacaios, os chamados elementais e aberrações eldritch, o panteão titânico percebeu a iminência de uma nova guerra, uma que exigiria a mobilização total das forças protetoras de Azeroth. Assim, os Aspectos foram convocados, recebendo dos Titãs não só um aviso das trevas reunindo-se nas profundezas, mas também um potencial aumento em seus já formidáveis poderes. Eles entenderam a gravidade da situação: a paz de Azeroth estava por um fio, e o equilíbrio do mundo estava ameaçado como nunca antes. O chamado à guerra era inegável, e os Aspectos, junto a suas revoadas, preparavam-se para enfrentar os horrores que surgissem das sombras, unidos em defesa do mundo que juraram proteger.
Cada revoada, com suas habilidades e poderes únicos, compreendeu que a guerra contra os Antigos Deuses e seus servos não seria apenas um teste de força, mas também de vontade, sabedoria e coragem. As batalhas que se seguiriam definiriam o curso de Azeroth por milênios, lançando as bases para muitos dos conflitos e alianças que vieram a ser conhecidos nos anais da história de Warcraft. A alvorada dessa guerra colossal marcava o início de uma era de heroísmo, sacrifício e, acima de tudo, uma luta desesperada pela sobrevivência de tudo o que era justo e bom em Azeroth.
Assim, com a ameaça dos Antigos Deuses crescendo a cada dia que passava, os Aspectos e suas revoadas se prepararam para o inevitável conflito. Armados pelo poder dos Titãs e impulsionados pelo dever sagrado de proteger seu lar, eles marcharam em direção ao desconhecido, prontos para enfrentar o que poucos poderiam imaginar. Este foi o prelúdio do Ataque das Revoadas, um evento que iria gravar seu nome na eternidade, testemunhando o poder e a resiliência das forças da luz contra a escuridão avassaladora.
A Batalha das Profundezas
Conforme os Antigos Deuses intensificavam sua corrupção sobre Azeroth, distorcendo o próprio tecido da realidade e invocando legiões de horrores inomináveis, os Aspectos e suas revoadas compreendiam que o confronto direto era inevitável. Era uma guerra, não apenas pelo controle de territórios, mas pela alma de Azeroth, uma luta entre o caos indomável dos Antigos Deuses e a ordem celestial imposta pelos Titãs e guardada pelas revoadas dracônicas.
A Batalha das Profundezas foi o primeiro grande confronto dessa guerra épica. Nas cavernas abissais e grutas esquecidas, onde a luz do sol jamais alcançava, os dragões enfrentaram os servos mais poderosos dos Antigos Deuses: aberrações retorcidas pela magia proibida, elementais corrompidos e gigantes de pedra e fogo que ameaçavam rasgar o próprio mundo ao meio. As batalhas eram brutais e desesperadas, com cada lado liberando forças titânicas numa luta sem tréguas. As revoadas, lideradas pelos Aspectos, empregavam toda a sua magia e força contra os inimigos, protegendo Azeroth de ser consumida pela escuridão irrefreável.
Durante esses conflitos cataclísmicos, surgiram heróis e lendas que seriam cantadas por eras. Alexstrasza, a Rainha dos Dragões e Aspecto da Revoada Vermelha, demonstrava uma valentia e poder sem igual, sua chama purificadora incinerava as legiões corrompidas enquanto inspirava esperança nos corações de seus aliados. Malygos, o Senhor dos Dragões Azuis e guardião do Poder Arcano, tecia feitiços de destruição e defesa tão potentes que alteravam o curso das batalhas com um único gesto. Todos os Aspectos e suas revoadas contribuíram de maneira decisiva para a resistência contra as forças do caos, cada um à sua maneira, usando seus dons únicos conferidos pelos Titãs.
O Ponto de Virada e a Ascensão das Revoadas
À medida que a guerra prosseguia, a maré começava, lentamente, a virar a favor das forças da ordem. Cada vitória das revoadas fortalecia o tecido de Azeroth e enfraquecia o aperto dos Antigos Deuses sobre o mundo. No entanto, foi um ato inesperado de sacrifício e coragem que marcaria o ponto de virada definitivo na guerra. Neltharion, o Aspecto da Terra e líder da Revoada Preta, embora mais tarde caísse em desgraça como Asa da Morte, nesse momento crucial concebeu um plano tão audacioso que mudaria o destino da guerra.
Com a concordância dos outros Aspectos, Neltharion forjou o Disco do Dragão, um artefato de imenso poder capaz de canalizar a essência dos próprios Titãs. Com este artefato, as revoadas conseguiram, num ato unificado de poder e vontade, selar os Antigos Deuses nas profundezas de Azeroth, aprisionando-os longe da superfície e diminuindo significativamente sua influência corruptora sobre o mundo. Foi uma vitória arrancada às garras da derrota, um sinal de que mesmo as mais sombrias marés podem ser revertidas pela união e sacrifício.
Este evento não apenas marcou a primeira grande derrota dos Antigos Deuses e seus exércitos mas também consolidou as revoadas dracônicas como os verdadeiros defensores de Azeroth. Sob a liderança dos Aspectos, eles reafirmaram seu compromisso com a proteção do mundo contra todas as formas de corrupção e ameaça. A Ascensão das Revoadas, como ficou conhecido esse período, foi um momento de esperança e celebração. Azeroth estava a salvo, por ora, e as revoadas permaneceriam vigilantes, sentinelas eternas contra as sombras que ainda manchavam os cantos mais escuros do mundo.
O Ataque das Revoadas não apenas representou um capítulo crucial na história de Warcraft mas também demonstrou o inquebrantável espírito de resistência de seus heróis. No entanto, as sementes de futuros conflitos e traições já estavam sendo semeadas, e as revoadas dracônicas descobririam que a paz verdadeira é frequentemente fugaz. As batalhas contra os Antigos Deuses foram apenas o prelúdio de uma saga cheia de heroísmo, tragédia e redenção que continuaria a se desdobrar por eras vindouras.