Um Príncipe em Ascensão
World of Warcraft – Arthas: The Rise of The Lich King nos apresenta à vida e aos tempos de Arthas Menethil, o herdeiro do trono de Lordaeron. O livro começa descrevendo a infância de Arthas, retratando um jovem príncipe com um futuro promissor. Arthas é criado em um ambiente de honra e dever, com seu pai, o Rei Terenas Menethil II, sendo um líder benevolente e sábio que governa o reino com justiça. Desde cedo, Arthas mostra um forte senso de responsabilidade e uma determinação feroz em proteger seu povo.
Enquanto o crescimento de Arthas é moldado pelas expectativas da realeza, ele forma importantes laços pessoais. Entre seus amigos de infância está Jaina Proudmoore, uma talentosa jovem maga com quem ele compartilha uma relação afetuosa e complexa. Seu vínculo com Jaina mostra um lado terno e vulnerável, contrastando com seu rigoroso treinamento militar. Outro relacionamento crucial é com Uther, o Arauto da Luz, um lendário paladino que treina Arthas nas artes da guerra e dos valores heroicos. Uther se torna uma figura paterna e um modelo de comportamento para o jovem príncipe, ensinando-o sobre coragem, honra e piedade.
À medida que Arthas amadurece, ele é introduzido aos desafios reais e perigos destinados a um futuro rei. Lordaeron enfrenta várias ameaças, incluindo invasões de trolls e orcs, e Arthas começa a batalhar em nome de seu reino, sempre se esforçando para provar seu valor. Sua determinação em proteger seu povo e sua dedicação a seus deveres reais são evidentes em suas ações. No entanto, também fica claro que Arthas possui uma tendência ao orgulho e à impulsividade, características que mais tarde terão consequências desastrosas.
A trama se aprofunda conforme Arthas se torna um jovem adulto, altamente respeitado por seus feitos em combate, contudo, a responsabilidade de liderança pesa sobre seus ombros. Seu relacionamento com Jaina evolui, mas ambos são forçados a colocar suas obrigações acima de seus sentimentos pessoais. Jaina segue sua jornada para Dalaran, onde seu treinamento mágico a chama, enquanto Arthas permanece em Lordaeron, protegido e treinado por Uther.
Neste ponto da história, uma praga devastadora começa a se espalhar pelas terras de Lordaeron, transformando os habitantes em mortos-vivos descontrolados. Arthas, agora um cavaleiro notável e um futuro rei, é confrontado com terror e destruição em uma escala que ele nunca imaginou. Com a ajuda de Jaina e Uther, ele investiga a origem desta praga misteriosa e perturbadora. Suas investigações os conduzem a Kel’Thuzad, um necromante que trabalha para uma força sombria conhecida como o Lich King. As revelações sobre a praga e seu propósito, de transformar todo ser vivo em um exército de mortos-vivos, são aterrorizantes.
Arthas, fervendo de raiva e desespero, jura destruir aqueles responsáveis pela praga e proteger seu reino a qualquer custo. Sua determinação em erradicar a ameaça leva a decisões cada vez mais desesperadas. Cada passo de seu caminho é uma luta entre o dever e a necessidade de preservar a vida de seus súditos a qualquer preço, mesmo que isso signifique sacrificar parte de sua própria humanidade.
Enquanto Arthas se aprofunda na caça aos causadores da praga, suas ações começam a revelar as profundezas de sua personalidade e suas crescentes inclinações para tomar medidas extremas. A urgência de salvar seu reino é inquestionável, mas as sementes de tragédia começam a germinar conforme ele se inclina mais para decisões sombrias e desesperadas, alheio ao preço de sua própria alma.
Este primeiro segmento do livro oferece um estudo meticuloso do caráter de Arthas e sua trajetória, desde um jovem príncipe heroico até o início de sua decadência moral. É uma exploração de heroísmo e sacrifício, e como o peso das expectativas e os horrores da guerra podem transformar um herói em algo muito diferente.
A Decadência do Herói
Conforme a praga dos mortos-vivos se espalha implacavelmente por Lordaeron, Arthas Menethil encontra-se cada vez mais consumido por seu desejo de salvar seu reino, a qualquer custo. Esta determinação o leva a perseguir Kel’Thuzad e seus seguidores do Culto dos Malditos, numa tentativa desesperada de erradicar a fonte dessa sombria infestação. Guiado por um senso distorcido de dever, Arthas ignora os conselhos de cautela oferecidos por Uther e Jaina, optando por uma abordagem mais agressiva e implacável.
A busca incansável de Arthas o leva a Stratholme, uma das cidades mais importantes de Lordaeron. Lá, ele enfrenta uma decisão que se tornará um dos pontos de inflexão mais críticos de sua vida. Ao descobrir que a população da cidade já havia sido infectada pela praga e inevitavelmente se transformaria em mortos-vivos, Arthas está convencido de que a única maneira de evitar essa catástrofe é destruir a cidade e seus habitantes. Uther e Jaina, horrorizados com seu plano, se recusam a participar desse ato de brutalidade. Determinado a seguir em frente, Arthas toma a decisão sozinho e ordena à sua guarnição leal que massacre todos os habitantes de Stratholme.
Este ato brutal e desesperado marca o início da queda de Arthas. Ao destruir Stratholme, ele cruza a linha entre heroísmo e crueldade, alimentando sua descida ao abismo da escuridão. Suas ações alienam Uther, que fica profundamente desapontado, e Jaina, que se afasta com o coração partido. A devastação de Stratholme também abala a confiança do povo de Lordaeron em seu príncipe, muitos começam a questionar sua sanidade e discernimento.
A morte de Kel’Thuzad nas mãos de Arthas deveria ter sido um ponto de virada, mas a vitória é fugaz, pois o necromante revela que seu mestre, o Lich King, espera pelo príncipe nas terras geladas de Northrend. Consumido pela vingança e atraído pela promessa de poder necessário para derrotar essa nova ameaça, Arthas decide se aventurar em direção ao continente gelado, ignorando os avisos de seu pai e de seus conselheiros.
Chegando a Northrend, Arthas se dedica à missão de destruir qualquer vestígio do Maldito e do poder maligno que ameaça sua terra. Lá, ele reencontra com seu antigo amigo, Muradin Bronzebeard, um explorador anão que busca o lendário artefato conhecido como Frostmourne. Muradin, ciente do poder sombrio da lâmina, adverte Arthas sobre os perigos de empunhá-la. No entanto, o espírito de vingança e de desespero de Arthas já se distanciou da razão.
A cena de Arthas encontrando e empunhando a Frostmourne é um momento poderoso e fatídico. A espada, que promete um poder inimaginável, na verdade, está amaldiçoada, vinculando aquele que a empunha ao seu verdadeiro mestre, o Lich King. Muradin é atingido mortalmente no processo de aquisição de Frostmourne, mais um sacrifício no caminho sombrio de Arthas.
Com a Frostmourne em mãos, Arthas se torna um agente do Lich King, embora inicialmente ele acredite estar utilizando a espada para destruir seus inimigos. A laje de gelo e desolação de Northrend torna-se o local de sua transformação definitiva. Ele lidera suas tropas, agora reforçadas por mortos-vivos, de volta a Lordaeron, mas o Arthas que retorna não é o mesmo príncipe que partiu. O poder corruptor da Frostmourne começa a consumir sua alma, e ele se torna cada vez mais desumano, uma marionete do Lich King.
Quando Arthas finalmente retorna a Lordaeron, ele faz o impensável: assassina seu próprio pai, o Rei Terenas Menethil II. A cena é sombria e devastadora, simbolizando a completa destruição de sua antiga vida e a ascensão de uma nova e terrível identidade. O ato de regicídio não apenas destrói a linha de sucessão, mas também quebra o espírito do reino, espalhando o caos e a desesperança.
Dessa forma, Arthas abraça completamente seu destino sombrio, transformando-se no Cavaleiro da Morte. Ele desfaz qualquer aliança e amizade que possuía, agora implacavelmente dedicado ao Lich King. O reino de Lordaeron se transforma em um campo de batalha de mortos-vivos, e Arthas, liderando o exército de Scourge, avança sem piedade para erradicar toda a resistência.
Arthas, agora uma figura trágica e assombrosa, personifica a corrupção e a queda que podem advir da busca desesperada de poder e controle. A segunda parte do livro desenrola a complexidade de sua transformação, oferecendo uma jornada sombria e profundamente emocional, onde cada decisão aproxima mais o herói de sua condenação autoimposta.
Ascensão e Queda do Lich King
A transformação completa de Arthas Menethil em um servente leal do Lich King marca o começo de uma era de trevas e destruição que culmina em sua ascensão ao trono de Frozen Throne. Após assassinar seu pai, Arthas continua sua campanha devastadora, liderando o Scourge para submeter todas as terras vivas ao seu controle sombrio. Suas ações serem estratégicas, mas frias e implacáveis, refletindo seu total abandono de seus antigos valores e vínculos humanos.
Um dos pontos cruciais nessa parte da história é o ataque de Arthas à cidade mágica de Dalaran. Ele busca obter o Livro de Medivh, um grimório poderoso que permitirá o retorno de Kel’Thuzad. Para isso, ele devasta a cidade sem misericórdia, utilizando tanto seu domínio sobre a Frostmourne quanto os recursos sinistros do Scourge. A ressurreição de Kel’Thuzad como um lich demonstra o aumento da influência do Lich King sobre Arthas e a intensificação de seus planos para corromper Azeroth.
Durante esse período, Arthas demonstra uma devoção inabalável a seu mestre, o Lich King, sem qualquer remorso ou hesitação. Ele se torna uma figura temida e odiada, uma sombra da honra e heroísmo que uma vez o definiram. Sua campanha culmina no plano grandioso de levar o Scourge a conquistas ainda maiores, incluindo a tentativa de subjugação do reino elfo de Quel’Thalas. A invasão deste reino é um dos episódios mais brutais e sangrentos, marcado pela destruição do Sunwell e a transformação das forças élficas em mortos-vivos sob o comando de Arthas.
É em Northrend que se dá o clímax final da tragédia de Arthas. Ele retorna ao continente gelado, perseguindo seus objetivos com uma intensidade sombria e predestinada. Durante seu avanço, ele escuta sussurros incessantes do Lich King, revelando-se como uma figura cada vez mais controlada pela força malévola. As batalhas em Northrend são ferozes, mas, eventualmente, Arthas chega ao Icecrown Citadel, onde encontrará seu destino final.
A escalada para o Frozen Throne é o auge de sua jornada sombria. Arthas ascende ao trono gelado, quebrando a armadura do Lich King para encontrar e unir sua alma à de Ner’zhul, o orc xamã que se tornou o primeiro Lich King. Este é um momento de completa transformação, onde Arthas emerge não apenas como o general do exército do Scourge, mas como o próprio Lich King. Não é meramente uma fusão física, mas também uma união de almas e propósitos, fazendo de Arthas o ser mais temido e poderoso em Azeroth.
A nova identidade de Arthas como Lich King incorpora todas as trevas e desesperos existentes. Ele se torna uma personificação do Coldharbour mesmo, uma obscura mescla de seu próprio ódio, dor e a má vontade de Ner’zhul. Sentado no Frozen Throne, Arthas-Lich King contempla seus próximos movimentos, continuando a orquestrar uma guerra de expansão e corrupção que ameaça engolir o mundo inteiro.
No entanto, o poder absoluto não satisfaz completamente a alma atormentada de Arthas. Os espectros de suas ações passadas e das almas que condenou pairam sobre ele, uma lembrança constante de sua queda e dos sacrifícios feitos em nome de um poder corruptor e vazio. O Lich King tenta silenciar esses lamentos através de mais violência e controle, mas nunca consegue completamente apagar a memória de quem ele já foi.
Enquanto isso, as forças de Azeroth começam a se levantar contra essa terrível ameaça. Diversas facções de heróis, lideradas pelos sobreviventes de outrora e novas gerações inspiradas pela necessidade de proteger suas terras, se unem para enfrentar o Lich King em seu reduto gelado. Este enfrentamento final, embora ocorrido em capítulos posteriores fora do escopo imediato deste livro, é prenunciado no texto, delineando um futuro onde a batalha pela alma de Azeroth ainda está longe de ser decidida.
A narrativa de “Arthas: The Rise of The Lich King” termina com uma nota sombria, mas intensa, encapsulando o total ciclo de queda de um herói para vilão e, finalmente, a ascensão ao um trono amaldiçoado. O livro oferece uma conclusão poderosa e complexa para a história de Arthas, estabelecendo o terreno para as futuras batalhas e lendas que surgirão no rico universo de Warcraft. A tragédia de Arthas Menethil, que começou como um conto de heroísmo e dever, termina como um aviso sombrio do poder corruptor da ambição e da vingança desenfreada. Caso persista nas trevas, mesmo as almas mais nobres podem ser consumidas pelo próprio mal que tentam combater.
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